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Cúpula do Mercosul: qual é o futuro desta associação regional?

Na data comemorativa dos 24 anos de sua fundação (17 de dezembro de 1994), o Mercosul realiza em Montevidéu, Uruguai, a cúpula do bloco, que tem como tema principal a mudança política no Brasil, além das preocupantes declarações de futuros funcionários brasileiros, para quem a associação já não será "prioridade".
Sputnik

A assembleia é palco para a transferência da presidência temporária do bloco para a Argentina, mas também inclui expectativas em torno da política do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro.

Macron está usando o clima como desculpa para travar acordo Mercosul-UE, diz especialista
Durante a reunião do G20 realizada em Buenos Aires, o presidente francês, Emmanuel Macron, condicionou o possível acordo entre o Mercosul e a União Europeia ao compromisso do Brasil com o Acordo de Paris sobre a mudança climática.

Segundo o analista Miguel Ponce disse à Sputnik Mundo, o líder francês usa essa desculpa para não reconhecer que a questão dos agricultores da França é o problema central, sendo mais fácil colocar a culpa em Bolsonaro.

Para o analista, as declarações do futuro ministro da Economia e Planejamento do Brasil, Paulo Guedes, sobre o Mercosul não ser uma prioridade, pode acabar diminuindo a "qualidade da integração, isto é, passar de uma integração aduaneira para uma zona de livre comércio".

Além disso, Ponce acredita que a designação de Ernesto Araújo como chanceler afetará a integração regional devido à visão muito crítica dele em relação ao Mercosul, e por se identificar muito com as ideias de Trump.

Bolsonaro não é bobo de deixar o Mercosul de lado, afirma vice-presidente do Uruguai
Segundo o especialista, outra questão fundamental é a postura adotada pelo novo governo brasileiro, principalmente em relação ao setor militar, que "pressiona Bolsonaro para tomar uma atitude proativa para frear o avanço da China na região".

Embora todos os membros do bloco regional tenham levantado a necessidade de tornar o acordo mais flexível, Ponce destaca que uma "flexibilização inteligente e administrada" seja diferente daquilo que, para ele, "seria entregar o atestado de óbito ao Mercosul".

Espera-se que o Mercosul e União Euroasiática assinem um memorando de cooperação entre os blocos, que poderia ser o princípio de um acordo de livre comércio.

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