Ponto sem volta: Trump levou dívida dos EUA a nível crítico?

Estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que a dívida global dos países atingiu US$ 184 trilhões (R$ 717 trilhões), cerca de 225% do PIB mundial, o que equivale a mais de US$ 86 mil (R$ 335 mil) por pessoa. Essa enorme dívida global pode causar outra catástrofe econômica.
Sputnik

O indicador leva em conta dados compilados no final de 2017, com base em informações fornecidas por 190 países desde 1950, sendo que os Governos de todo o mundo atingiram um endividamento de cerca de US$ 70 trilhões (R$ 272 trilhões), segundo escreve a colunista da Sputnik Natalia Dembinskaya.

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De acordo com o relatório do FMI, os países mais endividados são os EUA, a China e o Japão, acumulando mais de metade da dívida global, o que excede suas participações na produção mundial.

A dívida externa da Rússia é uma das mais baixas do mundo, equivalendo a US$ 525 bilhões (R$ 2 trilhões), 18,7% do PIB, além de o país ter eliminado seu déficit orçamentário.

A organização financeira alertou em outubro que a dívida total dos países do mundo corre o risco de desencadear uma nova crise. Em 2008, a relação média entre a dívida global e o PIB era de 36%, e agora é mais de 50%.

"Na maioria dos países, as autoridades falharam em quase todas as reformas necessárias para proteger o sistema bancário — em primeiro lugar, das ações arriscadas e precipitadas dos financistas, que causaram uma poderosa reação em cadeia uma década atrás", observaram especialistas.

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Uma das causas da nova crise pode ser a China, onde o setor de créditos sombra (sistemas financeiros paralelos) cresceu em proporções alarmantes e onde os bancos estão cada vez mais dispostos a financiar instituições não bancárias, como corretoras e seguradoras, intermediários entre bancos e empresas.

O montante de empréstimos do setor de sombra chinês atingiu quase US$ 7 trilhões (R$ 27 trilhões), podendo esta "bolha" vir a explodir e fazer desmoronar a economia do país, provocando uma nova crise asiática, semelhante ao colapso de 1997.

No entanto, juntamente com o aumento da dívida global, o valor dos ativos do Estado também está crescendo.

"Somente a renda de empresas estatais e não financeiras, assim como de ativos financeiros estatais, pode chegar a 3% do PIB anual, o que equivale à arrecadação anual de impostos corporativos nas economias desenvolvidas", disse o FMI.

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Os especialistas do Instituto de Finanças Internacionais (IIF) acreditam que é mais apropriado considerar não a dívida global dos países, mas sim os focos específicos de dívida no mundo, por exemplo os EUA, onde a probabilidade de uma crise é maior. A carga de dívida já exorbitante dos Estados Unidos, mais de US$ 21,5 trilhões (R$ 8,3 trilhões), devido ao crescente déficit orçamentário, pode tornar-se incontrolável.

"O país gasta mais do que recebe e é forçado a pedir dinheiro emprestado. O déficit estrutural cria um ‘efeito de dependência'. Acho que estamos nos movendo em direção ao abismo", disse o congressista republicano Andy Biggs, adicionando que as despesas orçamentárias não devem exceder US$ 700 bilhões (R$ 2,7 trilhões) e, em 2018, já atingiram US$ 1,3 trilhão (R$ 5 trilhões).

"Poderemos depreciar a moeda, declarar inadimplência ou tentar aumentar os impostos e matar nossa economia. Essas são as nossas perspectivas nos próximos oito a dez anos", complementou o congressista.

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No governo Trump, a dívida nacional vem crescendo com as taxas mais altas nos últimos seis anos. O FMI enfatiza que os ativos do setor público americano estão amplamente concentrados em fundos de pensão estatais, hipotecas e empréstimos estudantis. Em um cenário que pressupõe taxas de juros mais altas a longo prazo e uma queda rápida nos preços das ações e imóveis, o capital público dos Estados Unidos será reduzido para 26% do PIB até 2020.

Para o bilionário americano Ray Dalio, a recessão na economia americana não pode ser evitada devido ao triplo déficit (orçamento, balança comercial e conta corrente). Isso acabará por afastar os compradores estrangeiros de títulos do Tesouro, causando um crescimento explosivo na sua rentabilidade e uma drástica queda de 30% na taxa de câmbio do dólar.

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