Durante uma entrevista ao programa 60 Minutes da CBS, o ex-funcionário da inteligência americana, demitido em março de 2018, falou que Trump não acreditava nos serviços de inteligência dos EUA, que o informaram sobre a capacidade dos mísseis balísticos norte-coreanos atingirem a costa dos Estados Unidos, pois o líder russo Vladimir Putin lhe tinha assegurado que a Coreia do Norte não possuía tais armas.
"Não quero saber. Eu acredito em Putin", citou McCabe o que Trump disse em relação ao relatório da inteligência dos EUA.
O ex-funcionário do FBI adicionou que "durante a reunião os representantes da inteligência disseram isso que não correspondia a qualquer informação que o nosso governo possuísse", declarou McCabe, acrescentando que ficou chocado com tal comentário do presidente.
Durante uma entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o analista político russo Yevgeny Ben comentou que a situação descrita é verosímil.
"Trump e Putin tiveram apenas algumas reuniões de alto nível, por isso eles olharam e ouviram atentamente um ao outro. É difícil imaginar que, tendo um período de tempo tão limitado, os dois líderes não tenham sido suficientemente sinceros um com o outro. Não faz sentido que eles dissimulassem e enganassem um ao outro. Trump também parte do princípio que a Rússia, tal como os outros países importantes, não tem nenhum interesse que a Coreia do Norte possua mísseis balísticos intercontinentais", afirmou o especialista.
Em janeiro, a Reuters citou um relatório que dizia que a base operacional de mísseis Sino-ri, da Coreia do Norte, supostamente serviria para desenvolver mísseis balísticos capazes de alcançar outros países, apesar da promessa de Pyongyang de trabalhar para a desnuclearização completa da península coreana, um objetivo que tinha sido estabelecido durante a cimeira entre Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un em Singapura, em junho de 2018.