Conseguirão EUA dar resposta aos novos mísseis russos? Especialista avalia

Para desenvolver uma resposta aos novos mísseis russos, os EUA poderiam precisar de dez anos ou mais, opina Michael Ellomman, diretor do programa de não-proliferação e política nuclear do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.
Sputnik

Em particular, o especialista comentou a saída dos EUA do Tratado INF e o possível desenvolvimento das relações entre a OTAN e a Rússia.

"No longo prazo, se as relações russo-americanas continuarem a declinar e se tornarem abertamente hostis, como no auge da Guerra Fria, os Estados Unidos poderão lançar programas destinados a responder à ameaça russa contra a Europa ou contra o território dos EUA", afirmou o especialista.

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No entanto, na opinião dele, "isso exigirá uma série de avanços tecnológicos na defesa antimíssil que serão pouco prováveis nos próximos dez anos ou mais".

Quanto ao curto ou médio prazo, Ellerman não vê razão para Washington mudar sua linha na defesa antimíssil na Europa, que, segundo ele, não era e não é dirigida contra os mísseis estratégicos russos, incluindo o míssil 9M729, motivo pelo qual os Estados Unidos anunciaram sua retirada do Tratado INF.

Segundo Elleman, é improvável que os Estados Unidos coloquem mísseis na Europa na situação atual.

"Não acho que a OTAN queira aceitar esses mísseis. No entanto, se as relações entre os EUA, a OTAN e a Rússia continuarem se deteriorando, a intenção de não desenvolver e não implantar mísseis terrestres de curto alcance na Europa pode mudar drasticamente", disse o especialista.

Nas palavras dele, no caso de não renovação do Tratado INF, o controle de armas diminuirá.

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"Já estamos vendo essas tendências na política americana. Há poucos estadistas no Congresso e no poder executivo com conhecimento profissional no campo do controle de armas, que valorizam a previsibilidade e veem a necessidade de limitações dos arsenais", disse O analista.

Ao mesmo tempo, ele acredita que é difícil responder à questão se a saída dos EUA do Tratado INF poderia levar a uma corrida armamentista.

"Agora ainda não está claro. Muito depende da direção em que as relações EUA-Rússia se venham a desenvolver e das tecnologias que estiverem disponíveis", concluiu Elleman.

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