A Europa não deve criar uma nova força de defesa comum, pois isso não ajudaria a fortalecer a OTAN, disse na sexta-feira (10) Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança Atlântica.
"A OTAN vem exigindo há anos mais esforços financeiros dos aliados europeus para suas despesas militares, a fim de ter uma melhor capacidade de ação, e eu saúdo o fato de que os europeus estão investindo mais", afirmou o alto responsável em entrevista à emissora RTBF.
De acordo com Stoltenberg, qualquer tentativa de reforço militar deve ser realizada com o objetivo de fortalecer a OTAN, de forma a os países se unirem para conter a Rússia e a China.
"Os Estados Unidos aumentaram sua disposição de estar presente na Europa nos últimos anos, e a OTAN é vital para a defesa da Europa. 80% dos gastos da OTAN com a defesa vêm de aliados não pertencentes à UE. A Noruega no norte, a Turquia no sul e depois, naturalmente, no oeste, os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá", apontou o secretário-geral da OTAN, em resposta a uma pergunta sobre uma suposta concentração de forças dos EUA na Ásia, em detrimento da Europa.
"Qualquer tentativa de dividir ou enfraquecer os laços entre a Europa e a América do Norte não só enfraquecerá a OTAN, mas também dividirá a Europa. Devemos, portanto, estar unidos entre a América do Norte e a Europa", defendeu ele.
Desde 2014 que os países europeus da OTAN acordaram uma meta não vinculativa para aumentar seus gastos militares para ao menos 2% de seu PIB. A partir de 2018, Emmanuel Macron e Angela Merkel, chefes de Estado da França e Alemanha respetivamente, e outros políticos na Europa, também têm proposto frequentemente a formação de um Exército europeu, mas a OTAN tem sido referida como o obstáculo principal.