Os EUA anunciaram na segunda-feira (20) que conduziram um ataque aéreo contra um líder sênior da Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) na província de Idlib, norte da Síria.
"As forças norte-americanas conduziram um ataque cinético contra o terrorismo perto de Idlib, Síria, hoje, contra um líder sênior da Al-Qaeda. As indicações iniciais são de que atingimos o indivíduo que pretendíamos, e não há indicações de vítimas civis como resultado do ataque", relatou John Kirby, porta-voz do Pentágono.
A região é ocupada por tropas da Turquia e milícias muçulmanas radicais.
Kirby disse que não tinha mais detalhes sobre a identidade do alvo, mas segundo site Intelligence Group, uma ONG norte-americana, relatos de mídia de grupos rebeldes sírios sugerem que o ataque matou Abu al-Bara al-Tunisi e Abu Hamza al-Yemeni, dois combatentes da Tanzim Hurras ad-Din (Guardiões da Organização Religiosa), uma milícia no norte da Síria que está alinhada com a Al-Qaeda.
Idlib continua sendo o último grande posto avançado das milícias sunitas radicais contra Damasco. A força rebelde dominante é Tahrir al-Sham (Comitê de Libertação do Levante), que se formou em 2017 como uma fusão entre a Frente al-Nusra (ambas organizações terroristas proibidas na Rússia e em vários outros países) e outras milícias similares. A al-Nusra também era conhecida como Al-Qaeda na Síria. Tanzim Hurras ad-Din, o grupo que, segundo consta, foi alvo do ataque aéreo mais recente dos EUA, separou-se do Tahrir al-Sham em 2016, acreditando que se desviou da ideologia da Al-Qaeda.
Os EUA mantêm uma força de ocupação de 900 soldados na Síria oriental, onde guardam vários campos petrolíferos, cujos produtos são exportados para o leste através do Iraque por caminhão, ao invés de serem exportados para o oeste ao longo das linhas de gás existentes, onde o governo sírio seria capaz de vendê-los.
Washington justifica sua presença com o apoio às milícias curdas que continuam combatendo os remanescentes do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) na região. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que apoia o governo sírio em sua luta contra as forças rebeldes, denunciou recentemente a continuação das tropas norte-americanas na Síria como uma "divisão de fato" do país, impedindo a reunificação e a reconstrução.
Os EUA há muito que apoiam a al-Nusra e outros "rebeldes moderados" durante a Guerra Civil da Síria, acreditando que eles derrubariam o governo de Bashar al-Assad, presidente da Síria.