“Seguimos pedindo a todos os países que evitem grandes novas transações de sistemas de armas russos, particularmente em razão do que a Rússia está fazendo na Ucrânia”, disse Blinken.
O comentário do secretário foi feito quando ele foi questionado sobre a possibilidade de Washington impor sanções à Índia pela aquisição de sistemas russos de defesa aérea S-400. Blinken não respondeu à questão diretamente.
Os militares indianos usam uma variedade de armas fabricadas na Rússia, incluindo sistemas de mísseis, tanques e armas de artilharia, além de terem assinado acordos adicionais, incluindo a compra do sistema de defesa aérea S-400.
A Índia assumiu uma posição neutra no conflito em curso entre a Rússia e os Estados Unidos e seus aliados, decorrente da operação militar especial de Moscou na Ucrânia, e se recusou a aderir às sanções ocidentais contra a Rússia.
Parceria entre EUA e Índia
Nesta segunda-feira (11), Estados Unidos e Índia anunciaram cooperação estreita entre suas forças armadas enquanto a China busca remodelar a região do Indo-Pacífico e o mundo de forma mais ampla, declarou o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin.
O secretário fez suas observações em uma reunião denominada Diálogo Ministerial EUA–Índia 2+2, ocorrida no Departamento de Estado dos EUA.
A manobra faz parte de uma tentativa de combate à crescente influência da China na região.
Também estiveram presentes na reunião o secretário de Estado, Antony Blinken, o ministro indiano das Relações Exteriores, Subrahmanyam Jaishankar, e o ministro da Defesa indiano, Rajnath Singh.
A reunião ocorreu após uma videochamada entre o presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que discutiram as importações de energia russa no contexto das sanções ocidentais impostas pelos Estados Unidos e seus aliados a Moscou.
"Hoje estamos posicionando os militares dos EUA e da Índia para operar e cooperar de perto", disse Austin.
Ele descreveu a parceria EUA–Índia como um importante alicerce da arquitetura de segurança regional.
"A China está buscando remodelar a região do Indo-Pacífico e o mundo de maneira mais ampla", prosseguiu.
Operação especial e sanções
A Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia no fim de fevereiro, após o fracasso de Kiev em implementar os termos dos acordos de Minsk, assinados em 2014, e o posterior reconhecimento pela Rússia das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL).
O Protocolo de Minsk, intermediado pela Alemanha e pela França, foi projetado para dar às regiões independentistas um status especial dentro do Estado ucraniano.
Desde então, a Rússia exigiu que a Ucrânia se declarasse oficialmente um país neutro, que nunca se juntaria ao bloco militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), liderado pelos EUA.
A operação militar especial tem como objetivo "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia. Moscou reiterou, em diversas ocasiões, que não tem planos de ocupar o país.
Após lançar a operação especial, a Rússia sofreu uma série de retaliações, inclusive em relação a insumos energéticos, como petróleo e gás, tornando-se o país mais sancionado do mundo.