Para Villavicencio, é importante "
aplicar políticas para que a exportação de ouro
tenha seu valor agregado aqui em nosso país. Está se trabalhando nisso".
Além disso, o ministro afirma que o país está "nos últimos detalhes" para investir em uma refinaria de zinco em Oruro e Potosí. "Dessa forma, queremos agregar valor a esse tipo de concentrado", disse.
Em relação ao ferro, Villavicencio destacou "um avanço importante na siderúrgica que construímos no departamento de Santa Cruz".
O ministro assegura que a Bolívia tem potencial para
"satisfazer a demanda global" por minerais tecnológicos. Segundo Villavicencio, o objetivo do
governo de Luis Arce é industrializar o lítio e outros metais para "conseguir a substituição de importações".
Durante séculos, a Bolívia tem sido um exportador tradicional de minerais industriais como cobre, estanho, chumbo e zinco. Com a chegada do novo milênio, a exploração de minerais tecnológicos, como lítio, platina, tungstênio, paládio e outros, amplamente utilizados na fabricação de produtos eletrônicos, inclusive carros e motocicletas, cresceu e continua se expandindo em todo o mundo.
O governo Arce viu a necessidade de ter maior controle na
exploração e comercialização desses novos metais, que estão em
constante crescimento nos mercados de todo o planeta. Por isso, há algumas semanas, criou o vice-Ministério de Minerais Tecnológicos e Desenvolvimento Produtivo da Mineração e da Metalurgia, braço do Ministério de Minas e Metalurgia.
O 'escudo cristalino' ou pré-cambriano é uma área geológica que inclui o departamento boliviano de Santa Cruz. É formado por rochas ígneas e metamórficas do período pré-cambriano, além de rochas sedimentares do período cambriano.
No lado boliviana, esta região é abundante em metais como cobalto, manganês, berílio, tálio, platina, cobre e ferro.
Desde que assumiu a presidência boliviana, Luis Arce vem promovendo a industrialização do lítio do Salar de Uyuni (deserto de sal na Bolívia), no departamento de Potosí. Um desejo de seu governo é estabelecer uma fábrica de baterias de íons de lítio no país, abrangendo toda a cadeia produtiva.
Mas a produção de baterias requer não apenas lítio, mas também boa parte dos chamados minerais tecnológicos.
Villavicencio explica que seu ministério já tem um mapa para essas áreas prospectivas, que ficam no departamento de Santa Cruz, principalmente no morro do Manomó. Existem também outros locais importantes na região de Malku Qhota, em Potosí, e em Urmiri, na fronteira entre este departamento e Oruro.
Para o ministro, "essas áreas vão dar muito o que falar, na medida em que incorporarmos tecnologias de ponta em nosso país para atender a demanda global por esses metais".
O presidente atribuiu a tarefa de industrializar o lítio ao Ministério de Hidrocarbonetos e Energias, que administra a estatal Yacimientos de Litios Boliviano (YLB, na sigla em espanhol). Embora a exploração desse metal não esteja entre suas atribuições, o ministro indica que "há grande avanço na industrialização do lítio e seus derivados, que estão em grande demanda".
Villavicencio considera que seu ministério pode complementar o trabalho com a exploração e a comercialização de minerais tecnológicos.
A Bolívia é o país com as maiores reservas de lítio, estimadas em 21 milhões de toneladas, principalmente no Salar de Uyuni.