Segundo lembrou o especialista, o líder norte-americano tem várias vezes tentado, sem qualquer sucesso, conseguir da sua aliada no Oriente Médio o apoio no mercado de hidrocarbonetos.
"Não é segredo que Biden quer que os preços do petróleo, que é o catalisador principal da inflação, caiam até as eleições do meio de mandato, previstas para novembro. O presidente várias vezes implorou para a Arábia Saudita ajudar a aumentar o fornecimento – aliás, a última vez foi em meados de julho, durante a visita a Riad. Contudo, os líderes sauditas não ouviram as orações de Biden", disse Eberhart.
O analista salientou que Riad está insatisfeita com as tentativas de Washington de fechar acordo nuclear com o Irã. Conforme o especialista, se o acordo for fechado, o adversário regional dos sauditas poderá melhorar a situação econômica e ter oportunidade de vender o petróleo.
Na opinião do analista, são as tentativas de Biden de conseguir os seus objetivos políticos através da normalização das relações com o Irã que fizeram com que Riad nas vésperas apresentasse as declarações sobre uma possível limitação da produção do ouro preto.
Tal posição da Arábia Saudita, aliada tradicional norte-americana no Oriente Médio, também revela muito sobre o posicionamento geopolítico, sublinhou o autor.
"Isso também confirma que a Arábia Saudita continua mais alinhada à Rússia do que aos EUA no cenário mundial", afirmou Eberhart.
Anteriormente, o ministro da Energia do reino, o príncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud disse em uma entrevista à Bloomberg que logo a OPEP+ começaria a trabalhar sobre um novo acordo petrolífero para depois de 2022. Segundo o príncipe saudita, como sempre, a aliança possui todas as alavancas necessárias para influenciar a volatilidade do mercado, incluindo a redução da produção.