"A fome entra como uma agenda, uma pauta. Diversas politicas públicas foram implementadas para resolver [o problema], não só o Bolsa Família, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que já existia, mas que foi aprimorado. Houve investimento em agricultura familiar, fora as políticas econômicas, mas todo esse conjunto de políticas sociais tem um papel nas políticas econômicas também", avalia, em entrevista à Sputnik Brasil. "O que a gente tem agora? Uma negação de que a fome existe", prossegue.
"Uma das características da pobreza no nosso país é não ter acesso sequer a esses direitos", lembra, apontando que as políticas alimentares não são apenas políticas de proteção social, mas que também mexem com questões estruturais, como educação, direito a terra e moradia.
"É preciso haver uma ampliação do valor do programa para alimentação escolar e para agricultura familiar. O aumento do número da fome não ocorreu apenas em decorrência da pandemia. Não houve investimento nos programas alimentares, e é preciso fortalecer essas políticas novamente em 2023 para total enfrentamento da fome", diz a professora.