Projeto rende vantagens à Rússia no Ártico
"É um investimento estratégico da Rússia, que deve lhe render muitos dividendos, tanto no campo econômico quanto na geopolítica dessas regiões, desses países afetados. Essa classe de quebra-gelos é a maior e mais poderosa do mundo, então ela deve afetar Japão, Coreia do Sul e a própria China, que é um país bastante interessado na economia dessa região", avalia, acrescentando que o projeto visa conectar os oceanos Pacífico e Atlântico.
"A construção de um reator naval tem uma série de especificidades. Tem que ser um reator menor, miniaturizado, para caber em pequenos compartimentos. Não é qualquer país que tem essa tecnologia, e a Rússia já domina isso há várias décadas", afirma.
Retrospecto mostra 'bons dividendos' para parceiros da Rússia
"É um caso que o Brasil poderia pensar. Poderia iniciar com memorandos de entendimento visando pelo menos prospectar atividades dessa área, e depois se avaliaria a relação custo-benefício. Acho que pelo menos um kick off, um pontapé inicial, o Brasil deveria dar para ver o que poderia ser obtido em termos de avanços para a nossa indústria de defesa, em virtude da transferência de tecnologia por parte dos russos", aponta.
"O Brasil tem muito a absorver nessa área. Eu lembro que sempre foi uma ambição brasileira dominar a tecnologia de foguetes e satélites, mas a gente vem patinando há décadas nessa área. Então acho que o Brasil pode desenvolver joints com a Rússia nesse sentido", aponta, acrescentando ainda possíveis benefícios de eventuais parcerias para a exploração de petróleo e gás.