"Isso de um ponto de vista estratégico, uma vez que, se está havendo um conflito com uma parte envolvida [EUA], e o próprio presidente Putin mencionou isso diversas vezes durante o seu discurso, não faz muito sentido que a Rússia continue participando neste momento do Novo START", explicou Enham, aludindo ao envio bilionário de armas por EUA, Reino Unido e outros membros da OTAN à Ucrânia.
"Não se pode lutar contra a Rússia por um lado e fingir que todos os planos estratégicos seguem normalmente, que todas as demais alianças estratégicas seguem normalmente. É impossível. São ações incompatíveis. É preciso que tanto os Estados Unidos quanto o mundo inteiro entendam isso. Não se pode mais fingir que não há uma guerra acontecendo em solo ucraniano, entre a Rússia e a OTAN e com o envolvimento direto dos Estados Unidos. O próprio Putin disse diversas vezes no seu discurso que não se pode mais negar o direto envolvimento dos Estados Unidos nesse conflito na Ucrânia. E que a Ucrânia agora é um país refém do regime liderado, na verdade, pelas mentes ocidentais, sobretudo dos Estados Unidos e do Reino Unido."
"É uma forma de deixar claro que é impossível lutar contra a Rússia."
Impactos de curto a longo prazo
"Ou se vamos finalmente começar a assistir a uma desescalada. Pode ser benéfico para uma volta das negociações e um caminho para a solução do conflito."
"A Rússia já deixou muito claro, e Putin também falou isso no seu discurso, que pode e deve usar as suas armas, ela tem condições para isso. E vai, se os Estados Unidos quiserem primeiro. Então, se o Ocidente fizer qualquer ataque, qualquer uso, tomar qualquer iniciativa nesse sentido, a Rússia responderá. A medida de hoje foi para que isso se evite", sinaliza.
"Putin deixou muito claro que não promoveu a escalada do conflito, que a intenção é também reinstalar a paz e reordenar toda a região, inclusive. Falou sobre a reconstrução, sobre tudo isso. Mas para isso é necessário que OTAN e Estados Unidos saiam da Ucrânia. Então o objetivo dessa suspensão é forçar esse tipo de situação agora. E o médio, longo prazo vai depender de como o Ocidente vai reagir nesse curto prazo."