Panorama internacional

Para proteger floresta, Petro propõe aliança militar e Tribunal Ambiental na Cúpula da Amazônia

O presidente colombiano destacou que esse espaço serviria para "julgar crimes" contra a maior floresta tropical do mundo e garantir sua soberania.
Sputnik
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, apresentou quatro propostas para proteger a Amazônia, durante a IV Cúpula da Amazônia, realizada na cidade de Belém, capital do estado do Pará, no norte do Brasil.
Uma de suas propostas foi a criação do Tribunal de Justiça Ambiental da Amazônia. Ele lembrou que o ex-presidente equatoriano, Rafael Correa, fez uma sugestão semelhante há alguns anos, mas em escala global. Petro, no entanto, propôs que fosse feito de maneira particular para a floresta tropical.
"Nós, os Estados que estão aqui, poderíamos criar um Tribunal Ambiental Internacional da Amazônia para julgar os crimes contra a Amazônia, reconhecendo os direitos sobre a selva", afirmou.
Outra das propostas que o presidente latino-americano apresentou foi a de trocar "dívida" por ações climáticas — em sistema semelhante aos de compensação por créditos de carbono. Ele destacou que não se trata de fazer cada país individualmente, mas de fazer "uma reforma do sistema financeiro".
"Se o capital conseguir superar a crise climática, mesmo sendo capital, só o fará reformando a sua centralidade, que não é a política e o Estado, como sabemos, mas sim o sistema financeiro", afirmou.
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Outra proposta apresentada por Petro foi um Tratado de Cooperação Militar e Judicial. "Como defendemos a vida? Isso se defende com razões, mas também com armas; então, devemos criar uma 'OTAN amazônica'", comentou, fazendo uma comparação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O líder político acrescentou que este Tratado de Cooperação Militar deve servir para "interditar" ações que atentem "contra a selva amazônica" em todos os países onde o acordo está sendo implementado. Isso seria feito respeitando a soberania de cada Estado, mas "coordenando a força", explicou.
E como quarto ponto, Petro propôs a criação de um Centro Científico Conjunto de Pesquisas sobre a Floresta, "para gerar um forte centro de pesquisa científica nosso entorno da selva amazônica", comentou.
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Além de suas quatro propostas, o presidente colombiano expressou seu apoio a uma sugestão já feita por organizações sociais, surgida dos Diálogos Amazônicos — evento prévio à cúpula de presidentes, realizada entre 4 e 6 de agosto — sobre a criação de um espaço para o povo na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), o OTCA Social.
"A OTCA tem que se ressignificar, e um caminho para ressignificar é enchendo ela de gente, justamente o povo amazônico, para discutir a fundo essas questões, porque é a vida das pessoas que estão na Amazônia que define o curso no final", disse.
Além do Petro, participam da IV Cúpula da Amazônia o anfitrião e presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Bolívia, Luis Arce, e sua parceira do Peru, Dina Boluarte, além do primeiro-ministro da Guiana, Mark Phillips, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, o ministro das Relações Exteriores do Equador, Gustavo Manrique, e o chanceler do Suriname, Albert Ramdin.
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