A Rússia, como futura presidente do BRICS, pretende promover o papel da organização na abordagem de questões atuais da agenda global e se esforçar para reforçar a parceria estratégica abrangente dentro do BRICS, declarou na segunda-feira (4) o presidente russo Vladimir Putin.
"No próximo ano de 2024, a Rússia terá que cumprir uma série de importantes funções de política externa. Fomos os primeiros a presidir a associação ampliada do BRICS e faremos os possíveis para ajudar os novos membros do bloco a se integrarem harmoniosamente ao modo de trabalho dessa organização", disse ele.
"Em geral, pretendemos contribuir de todas as maneiras possíveis para aumentar o papel da associação na abordagem de questões urgentes da agenda global, fazer esforços para fortalecer a parceria estratégica abrangente dentro da estrutura do BRICS, desenvolver a cooperação nas áreas econômica, financeira e outras", disse Putin durante uma cerimônia de apresentação de credenciais a embaixadores no Kremlin.
Putin acrescentou que a Rússia se preparará seriamente para a cúpula do BRICS a ser realizada em Kazan em outubro de 2024. O chefe de Estado lembrou que Kazan também sediará os jogos esportivos do BRICS em meados desse ano.
Segundo ele, o país também seguirá desenvolvendo os laços com a Organização para Cooperação de Xangai e a União Econômica Eurasiática.
"É claro, [a Rússia] pretende expandir energicamente os contatos com parceiros estrangeiros em termos humanitários e culturais", referiu o presidente da Rússia.
Ele mencionou o Festival Mundial da Juventude, que está planejado para ser realizado em março no sul da Rússia, e "que reunirá jovens de todos os continentes".
"Espera-se a participação de representantes de mais de 180 países", acrescentou Putin.
O mandatário russo ainda referiu que a Rússia está enviando grãos a seis países da África, alguns dos navios já estão sendo descarregados.
"A Rússia está pronta para desenvolver uma estreita parceria de cooperação com todos os países que retribuírem", apontou Vladimir Putin.
A Rússia, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, continuará "contribuindo para a solução de problemas regionais e globais agudos, defendendo consistentemente abordagens para garantir uma segurança igual e indivisível" e para a formação de um sistema justo de relações econômicas internacionais, "livre de concorrência desleal, sanções unilaterais e restrições politicamente motivadas", afirmou.
"Nosso país não tem intenções preconceituosas e muito menos hostis em relação a ninguém. E, é claro, contamos que todos os parceiros internacionais em suas relações conosco adiram aos princípios de igualdade e consideração mútua dos interesses."
"Quanto à Rússia, temos seguido e estamos seguindo uma política externa independente, consistente e baseada em princípios. Estamos abertos a parcerias construtivas com todos os países, sem exceção, e não aceitamos confrontos em bloco ou quaisquer medidas que contrariem a Carta da ONU", disse Putin.
Entre outros temas, o alto responsável falou igualmente a embaixadores presidentes do conflito Israel-Hamas, que diz ter adquirido características de uma verdadeira catástrofe humanitária.
"Vocês estão chefiando embaixadas em um período muito difícil para as relações internacionais, quando os fenômenos de crise na política e na economia globais estão crescendo e os conflitos regionais estão aumentando. E no caso do confronto palestino-israelense de longa data, a situação, apesar de toda a sua tragédia, adquiriu as características de uma verdadeira catástrofe humanitária", frisou o presidente.