Formalmente denominada Liga dos Estados Árabes, a organização reúne países árabes com o objetivo de reforçar e coordenar os laços econômicos, sociais, políticos e culturais entre os seus membros, assim como mediar disputas entre eles.
Na América do Sul, a Bolívia e a Venezuela já manifestaram apoio público à denúncia apresentada pela África do Sul contra Israel. As audiências começam amanhã (11). Turquia, Namíbia, Jordânia e Paquistão, entre outros países, divulgaram apoio à causa.
A denúncia foi feita em 29 de dezembro passado perante o principal órgão judicial da ONU, que acusa Israel de praticar genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza. Até o momento, já foram registradas mais de 22 mil mortes pelas autoridades palestinas, sendo a maioria mulheres e crianças.
Pressão para que o Brasil engrosse o coro de apoiadores
A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) publicou vídeos e notas públicas pedindo que Lula também manifeste apoio à ação sul-africana.
"O Brasil pode e deve apoiar publicamente a petição da África do Sul. O genocídio está caracterizado pelos números de mortes, feridos e destruição. Já são mais de 30 mil os assassinados, considerando os desaparecidos sob os escombros, ou 1,35% da população de Gaza. Os feridos [são] quase 63 mil […], perto de 3% da população palestina de Gaza", diz o texto da publicação.
Após uma reunião com Luiz Inácio Lula da Silva mais cedo, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, declarou ter pedido o apoio de Lula à iniciativa sul-africana e que o presidente informou que vai estudar a possibilidade de oficializar o apoio. A declaração foi divulgada pela Agência Brasil.
O governo de Israel nega as acusações de genocídio. Em comunicado sobre a denúncia da África do Sul, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel chamou a ação de "infundada" e culpou o Hamas pelo sofrimento dos palestinos na Faixa de Gaza por supostamente usar civis como escudos humanos.
Sem previsão de término, crise humanitária se agrava
Ontem (9), o coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os Estados Unidos não estão apoiando, neste momento, um cessar-fogo em Gaza.
As operações militares israelenses no enclave palestino persistem desde 7 de outubro, quando o movimento Hamas coordenou um ataque que matou mais de 1,1 mil pessoas em Israel.
Em resposta, Tel Aviv declarou oficialmente guerra ao Hamas, iniciando bombardeios devastadores e operações militares terrestres, matando mais de 20 mil palestinos.
Após trégua de sete dias, mediada por Egito, Catar e EUA, os combates recomeçaram em 1º de dezembro.
Em outubro de 2023, a Assembleia Geral da ONU chegou a aprovar uma resolução da Jordânia que pedia um cessar-fogo imediato, mas foi rejeitada por Israel e pelos EUA. O embaixador israelense da organização chegou a dizer que ela não possuía legitimidade para interferir no conflito.
O enclave passa por uma grave crise humanitária, com dezenas de milhares de pessoas sem água potável e acesso à comida. Cerca de 85% da população de Gaza, 2,3 milhões de pessoas, tiveram de fugir de casa por culpa da guerra.