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VÍDEO da reunião entre Bolsonaro e ministros mostra intenção de impedir as eleições no Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou pública a íntegra do vídeo da reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus ministros.
Sputnik
O vídeo, gravado no dia 5 de julho, três meses antes da eleição, faz parte dos materiais investigados pela Polícia Federal sobre os atos nos três Poderes no dia 8 de janeiro de 2022.
O encontro foi marcado por diversos ataques ao STF, "medo do comunismo" e falas do ex-presidente tentando impedir que as eleições acontecessem.
Em uma de suas falas, Bolsonaro sugeriu uma nota conjunta entre vários órgãos públicos, entre eles as Forças Armadas e a Controladoria-Geral da União (CGU).

"Uma nota conjunta de todos vocês. Topam? Que até o presente momento, dadas as condições de se definir as lisuras das eleições, é simplesmente impossível de ser atingida", disse.

A temeridade da probabilidade de perder as eleições, adiantada pelas pesquisas, foi colocada pelo ex-presidente, que disse ser necessário que "alguma coisa fosse feita".
"Nós sabemos que se agirmos depois das eleições, o Brasil vai estar um caos, vai virar uma guerrilha, uma fogueira".
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Bolsonaro inclusive chegou a sugerir uma "virada de mesa" durante a reunião com pessoas do alto escalão do então governo.

"Ninguém quer virar a mesa, ninguém quer dar o golpe, ninguém quer botar a tropa na rua, fechar isso, fechar aquilo, mas estão vendo o que está acontecendo. Vamos esperar o quê?", questionou.

O ex-presidente também tratou sua eleição ao Executivo nacional como sorte, descrita como "cagada", reafirmando que a chance de um deputado de baixo clero, preterido pela Câmara, chegar ao posto é praticamente impossível.

"Essa cadeira aqui é uma cagada estar comigo. É uma cagada. Eu vou explicar a cagada. Não vai ter uma cagada dessa no Brasil. […] Como é que eu ganho uma eleição? […] Um deputado do baixo clero", disse, seguido de uma série de adjetivos baixos para descrever o que supunha ser uma insignificância no Legislativo.

Segundo a jornalista Andréia Sadi, assessores do ex-presidente foram consultados sobre o motivo da gravação da reunião e disseram desconhecer quem gravou. Ministros do STF, por sua vez, acreditam que a gravação fazia parte dos planos dos bolsonaristas para terem uma "documentação para a história".
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