Panorama internacional

'É bom que ouçam o que eu digo', diz Putin sobre a reação do Ocidente à entrevista a Tucker Carlson

Presidente russo diz que não teve total prazer em conceder a entrevista a Tucker Carlson, mas destacou que o jornalista cumpriu rigorosamente seu papel e que cabe aos leitores e telespectadores julgar o conteúdo.
Sputnik
O presidente russo, Vladimir Putin, comentou nesta quarta-feira (14) as avaliações negativas no Ocidente relativas à sua entrevista com o jornalista.
Em entrevista ao jornalista Pavel Zarubin, do Rossiya 1, cujo fragmento foi publicado no Telegram, Putin avaliou positivamente o fato de os líderes ocidentais estarem "observando e ouvindo" o que ele disse na entrevista a Carlson.

"Em primeiro lugar, é bom que vejam e ouçam o que eu digo", disse Putin na entrevista a Zarubin.

O presidente russo disse que "não teve total prazer" em conceder a entrevista a Carlson, mas destacou que o jornalista norte-americano cumpriu rigorosamente seu papel.
Putin classificou o entrevistador como "uma pessoa perigosa" e disse que esperava que ele se comportasse de forma agressiva e fizesse perguntas incisivas, e que estava pronto para responder com a mesma severidade. Porém, ele disse que o jornalista americano optou por uma abordagem diferente.
O presidente enfatizou que o jornalista foi surpreendentemente paciente e ouviu a história. Ele também acrescentou que os telespectadores e leitores devem julgar o conteúdo da entrevista.
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A entrevista a Carlson foi transmitida em 9 de fevereiro, e ultrapassou a marca de 200 milhões de visualizações na rede social X (antigo Twitter). A entrevista foi elogiada por Carlson, que destacou a clareza com a qual Putin abordou uma série de questões, bem como a disposição do presidente russo para negociar a paz com a Ucrânia.
Na entrevista desta quarta-feira (14) a Zarubin, Putin disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é um "instrumento de política externa dos EUA" e rechaçou as acusações sobre interferência da Rússia nas eleições dos Estados Unidos.
Ele também afirmou que o ex-presidente dos EUA Donald Trump tem a sua própria visão de como as relações entre os Estados Unidos e os seus aliados devem evoluir.

"Trump sempre foi chamado de político não sistêmico. Ele tem sua própria visão a respeito de como os Estados Unidos deveriam desenvolver relações com seus aliados", disse Putin a Zarubin.

Já em relação ao atual presidente dos EUA, Joe Biden, Putin ressaltou que os olhares devem se atentar não para a saúde do líder norte-americano, mas para sua posição política, considerada errada e prejudicial pelo mandatário russo.
Perguntado sobre ter uma preferência para o futuro presidente dos EUA, Putin descreveu Biden como "mais experiente" e "mais previsível", sendo "um político forte", mas afirmou ainda que a Rússia vai trabalhar com qualquer líder norte-americano.
Putin também criticou a ministra das Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock, dizendo que ela trata como inimiga não somente a Rússia, mas seu próprio país.

"É difícil imaginar que um político que ocupa um posto tão alto despreze tanto os interesses econômicos do seu próprio país, do seu povo", disse.

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