Panorama internacional

'Gentileza pode gerar prisão', alerta Tucker Carlson sobre pressão dos EUA em entrevista com Putin

A entrevista conduzida pelo jornalista americano Tucker Carlson com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, poderia ter colocado em risco sua liberdade, uma vez que seus advogados o alertaram sobre a possibilidade de ser processado pelas autoridades americanas.
Sputnik
Quase um mês após a realização da entrevista com o presidente Putin, que já foi vista mais de 200 milhões de vezes, Carlson afirmou em 27 de fevereiro que seus advogados o alertaram sobre a possibilidade de os Estados Unidos o prenderem por supostamente violar sanções ao conduzir a entrevista com o presidente Putin em Moscou.

"Antes de embarcar, meus advogados me disseram: 'Se você fizer isso, será preso pelo governo dos EUA por violar sanções'", revelou Carlson em uma entrevista ao podcaster Lex Fridman.

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O ex-âncora da Fox News expressou sua disposição em correr o risco e rejeitou a premissa de tais acusações. Um dos advogados informou a Carlson que o risco de ser processado dependeria do tipo de perguntas feitas a Putin, explicou o jornalista. Carlson destacou que tal situação é indicativa de um país "fascista".

"Muitas pessoas estudaram esse assunto, revisaram vários precedentes e me enviaram um memorando de dez páginas sobre o assunto. A conclusão honesta foi: 'Não faça isso'. Então, durante uma palestra por telefone, recebi outra ligação com um advogado-chefe, que disse: 'Bem, muito dependerá das perguntas que você fizer a Putin. Se acharem que você está sendo muito ameno, podem prendê-lo quando você voltar'. Eu disse: 'Você está descrevendo um país fascista. Ótimo. Você está dizendo que o governo dos EUA vai me prender se eu não fizer as perguntas que eles querem que eu faça, é isso que você está dizendo?', retrucou. Seu advogado, por sua vez, respondeu: 'Bem, estamos apenas considerando com base no que aconteceu', isso é possível. Estou apenas relatando o que aconteceu", descreveu Carlson.

Carlson entrevistou Putin em 6 de fevereiro, alegando que o fez porque "a maioria dos americanos não está bem informada" sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e "não tem ideia do que está acontecendo nesta região". Além disso, denunciou as tentativas da Casa Branca de impedir a entrevista e assegurou que não recebe dinheiro de nenhum governo ou organização.
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Embora Carlson tenha apontado que, desde o início da crise ucraniana, os países ocidentais apenas entrevistaram o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, de maneira não objetiva, transformando tudo em "propaganda governamental", ele acrescentou que sua equipe também solicitou uma entrevista com Zelensky.
Carlson, de 54 anos, é conhecido por ser um ex-apresentador da Fox News.
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