A Marinha do Brasil vai enviar para o Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira (8), seu porta-aviões, o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico, para apoiar a Operação Taquari II, coordenada pelo Ministério da Defesa, que atua nas operações de busca e resgate de pessoas ilhadas pelos alagamentos causados pelas fortes chuvas que afetam o estado.
O NAM Atlântico é o maior navio de guerra da América Latina e transportará duas estações móveis para o tratamento de água, com capacidade de produzir 20 mil litros de água potável por hora. Com isso, cidades que sofrem com escassez de água poderão ser abastecidas.
Em entrevista a jornalistas, o contra-almirante Nelson de Oliveira Leite, responsável pela operação, falou sobre o cronograma da operação.
"Hoje nós estamos saindo daqui do Rio de Janeiro, agora na parte da tarde, e nossa previsão de chegada em Rio Grande [do Sul] no sábado [11], também é à tarde. Com isso, a gente vai desde o primeiro momento iniciar o desembarque desse material e a organização e distribuição, seja em proveito do resgate de pessoas que eventualmente ainda estejam ilhadas, mas também da distribuição de itens críticos de abastecimento, como água, oxigênio para hospitais e coisas desse mesmo aspecto, até, por exemplo, ração para cachorro, ração para animais domésticos."
O navio partiu nesta tarde da Base Naval da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Além do NAM Atlântico, foram mobilizados outros três navios: o Navio de Apoio Oceânico Mearim e o Navio-Patrulha Oceânico Amazonas, que são equipados com embarcações menores, e a Fragata Defensora, que transporta doações e suprimentos. A Sputnik Brasil acompanhou a partida do porta-aviões.
No total, foram mobilizados quatro navios, 20 embarcações e 12 aeronaves que atuarão em operações de resgate aéreo da Marinha, além de 200 militares que atuarão na desobstrução de vias e equipes de saúde compostas por médicos e enfermeiros.
Segundo o mais recente boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul na manhã desta quarta-feira, as chuvas já deixaram 95 mortos, 372 feridos e 128 desaparecidos no estado. Pelo menos 1.450.078 de pessoas foram afetadas pelas chuvas, em 414 municípios. O número de desalojados é de 158.992, e 66.434 pessoas se encontram em abrigos temporários.
Os números, no entanto, podem ser bem maiores, uma vez que há locais sem comunicação, e podem subir já que há previsão de mais chuvas no estado para os próximos dias. Para algumas cidades, há expectativa de 100 milímetros de chuva. O tempo deve ficar instável por conta de uma frente fria gerada por um ciclone extratropical formado na Argentina, o que deve causar ventos de até 100 quilômetros por hora em alguns municípios do Rio Grande do Sul. A expectativa é de que as chuvas continuem no estado até o próximo fim de semana.