"A AES [Aliança de Estados do Sahel] está em curso", afirmou um comunicado de imprensa do ministério das Relações Exteriores do Mali. O documento agora deve ser assinado pelos chefes de Estado dos três países.
"O encontro de Niamey completa o processo preparatório para a reunião de chefes de Estado da AES", diz o texto. A data do futuro encontro não foi revelada.
"Estamos determinados a trabalhar juntos, mas continuamos abertos a chegar também aos nossos vizinhos, aos nossos amigos da região, porque estamos em um espaço onde também temos que partilhar um certo número de coisas com outras pessoas", afirmou à Sputnik o ministro das Relações Exteriores do Mali, Abdoulaye Diop.
"O estatuto da AES está aberto a essa possibilidade, mas, por enquanto, a nossa prioridade é poder ir o mais longe possível primeiro, concretizar a nossa vontade e depois vamos analisar isso."
Criada em 16 de setembro pelos três países, a Aliança dos Estados do Sahel tem como objetivo se contrapor à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Antigos membros da organização, Mali, Burkina Faso e Níger denunciaram a organização por "sanções ilegais, ilegítimas, desumanas e irresponsáveis".
O clima entre esses países e o resto da CEDEAO esquentou após a ascensão de novos líderes nos países que agora integram a AES. Uma intervenção militar no Níger chegou a ser considerada pela CEDEAO para retornar o antigo presidente ao poder.
Aliança de Estados do Sahel pode ter moeda própria
Em entrevista à Sputnik, o empresário Idrissa Ouedraogo afirmou que as tratativas da AES para se tornar uma confederação trarão benefícios, como a possibilidade da criação de uma moeda própria.
"A confederação se beneficiará de um certo estatuto jurídico para assumir uma série de ações. Isso permite-nos ser ouvidos e avançar de forma mais soberana para a criação da moeda da AES", explicou.
Os dirigentes da aliança também estão empenhados em combater o terrorismo em seus territórios através de um esforço mútuo, além de destruir os últimos vestígios do colonialismo, como o franco CFA.
"Já não estamos dispostos a aceitar ser países colonizados, países sob as ordens de outros países", explica Ouedraogo.