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Plano de produção de armas EUA-Ucrânia pode 'falhar em todos os objetivos', diz ex-analista dos EUA

Produção de armas EUA-Ucrânia pode 'falhar em todos os seus objetivos', diz ex-analista dos EUA O Departamento de Estado dos EUA anunciou recentemente um pacote de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,3 bilhões) para Kiev destinado a criar o chamado fundo do Programa Empresarial de Defesa da Ucrânia (UDEP, na sigla em inglês).
Sputnik
Ninguém vai se inscrever para fazer parte de um acordo sobre a coprodução de armas Kiev-Washington, dados os ataques de precisão russos à infraestrutura militar ucraniana em meio à sua guerra por procuração com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), disse à Sputnik o ex-analista de contraterrorismo do Departamento de Estado dos EUA, Scott Bennett.
Em particular, o fundo poderia ser usado para "enfraquecer estrategicamente a Rússia, afastando parceiros dos sistemas russos e apoiando empréstimos [de financiamento militar estrangeiro] a parceiros e aliados", disse um funcionário não identificado do Departamento de Estado, citado pelo Defense One.
"Sem qualquer dúvida, o pacote de financiamento dos EUA para a Ucrânia — destinado a ser usado para estimular a indústria armamentista europeia, financiar a coprodução de armas EUA-Ucrânia e atrair países para longe do mercado de armas russo — falhará em todos os seus objetivos", disse o ex-analista de contraterrorismo do Departamento de Estado dos EUA, Scott Bennett, em entrevista à Sputnik.
Ele explicou que "o esquema de desenvolvimento de armas entre os EUA e a Ucrânia acabará por fracassar porque toda a nação da Ucrânia está agora evoluindo para um Estado falido".
Outro aspecto diz respeito ao fato de a Ucrânia "não ter mais pessoal capaz de criar armas, e nenhuma capacidade para estabelecer tal empreendimento no seu solo, uma vez que a Rússia imediatamente atacaria e destruiria tais instalações antes que pudessem produzir ou implantar quaisquer armas a serem utilizadas contra soldados russos", segundo Bennett.
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"Os ucranianos sabem disso e, portanto, ninguém se inscreveria 'voluntariamente' para fazer parte de qualquer instalação na Ucrânia que realizasse tais atividades, porque seria apenas uma questão de tempo até que o edifício desaparecesse em uma montanha de escombros", destacou o ex-analista do Departamento de Estado.
Quando questionado sobre que tipos específicos de armas ou munições os EUA poderiam coproduzir com a Ucrânia, Bennett disse que "este tipo de armas terroristas de guerrilha podem incluir drones, bombas marítimas, aéreas e terrestres".
Ele não descartou que as nações investidoras envolvidas no projeto UDEP "seriam provavelmente o Reino Unido, a França, a Alemanha e os Países Bálticos".
Abordando a questão do mercado de armas, Bennett disse que os EUA "têm estado em esteira transportadora para a produção de armas com o propósito superficial de enriquecer os políticos e o complexo militar-industrial, e não para fins de eficiência militar". Segundo ele, "essa é uma falha letal e um impedimento que o resto do mundo vê e, portanto, consciente e inconscientemente, vê as armas dos EUA-OTAN em um nível inferior ao das armas russas".
Bennett se referiu às armas russas como algo "projetado para derrotar os militares ucranianos dos EUA-OTAN", que ele disse ser visto como "o principal desestabilizador do mundo".
"[...] é lógico assumir que as armas russas serão valorizadas e procuradas como o antídoto natural ou a melhor defesa contra futuras operações empíricas ocidentais — das quais eles se vangloriam abertamente de virem com indiferença fatalista e narcisista", prosseguiu.
Como tal, o esquema de desenvolvimento de armas entre os EUA e a Ucrânia "confirmará mais uma vez aos povos norte-americano e europeu — atualmente mantidos reféns dos seus governos — que o verdadeiro inimigo dos povos ocidentais são os tiranos do seu próprio governo que estão usando a guerra para sangrar dinheiro dos cidadãos e construir uma desculpa infindável para um controle político autoritário absoluto, usando medo interminável e 'rumores de guerra'", concluiu o ex-analista do Departamento de Estado.
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