Questionado em uma entrevista ao jornal Gazeta Wyborcza se a Polônia estava pronta para enviar tropas para Kiev, o ministro das Relações Exteriores polonês Radoslaw Sikorski disse que "não deveríamos descartar essa possibilidade. Deveríamos deixar [Vladimir] Putin na dúvida sobre as nossas intenções", afirmou.
Essa não foi a primeira vez que Sikorski levantou a possibilidade de enviar soldados da OTAN ao território ucraniano. Em março, ele descreveu a perspectiva como "não impensável".
"Aprecio a iniciativa do presidente francês Emmanuel Macron porque se trata de deixar Putin com medo, e não de termos medo de Putin", disse Sikorski, relembrou o Le Monde.
Em fevereiro, Macron criou alvoroço entre os colegas da Aliança Atlântica, liderada pelos Estados Unidos, quando se recusou a descartar o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia. Em maio, o líder francês reiterou os seus comentários, dizendo que a questão do envio de tropas terrestres ocidentais surgiria "legitimamente" se a Rússia rompesse as linhas da frente e Kiev fizesse tal pedido.
Na segunda-feira (27), o principal comandante ucraniano disse ter assinado a papelada que permite que instrutores militares franceses visitem em breve os centros de treinamento ucranianos, relata o jornal.
Na semana passada, os Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) junto à Polônia alertaram a Alemanha que podem enviar tropas para a Ucrânia se a situação piorar visivelmente para Kiev devido à relutância dos seus aliados em fornecer armas.
A participação da França nas hostilidades na Ucrânia fará com que o país seja oficialmente parte do conflito, o que aumentará em muito o risco de um confronto entre as duas potências nucleares, declarou Artyom Studennikov, diretor do primeiro departamento europeu do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em entrevista à Sputnik.
"Espero que nas elites francesas prevaleça o instinto de autopreservação, se não o bom senso, embora seja cada vez mais difícil contar com isso. De qualquer modo, estamos prontos para qualquer eventualidade", disse o diplomata russo.