"Por proposta do ministro das Relações Exteriores, da União Europeia e da Cooperação, e após deliberação do Conselho de Ministros em sua reunião de 28 de maio de 2024, venho ordenar a destituição da sra. María Jesús Alonso Jiménez do cargo de embaixadora da Espanha na República Argentina, agradecendo pelos serviços prestados", indica o documento, assinado pelo rei Felipe VI.
Na terça-feira da semana passada (21), a Espanha havia convocado sua embaixadora em Buenos Aires dias depois de o presidente argentino, Javier Milei, ter chamado a esposa do chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, de corrupta.
No dia 19 de maio, o presidente argentino, em uma convenção organizada pelo partido espanhol Vox em Madri, comentou que alguns tinham "uma mulher corrupta", que então "ele se suja e leva cinco dias para pensar sobre isso", em uma clara referência a Sánchez e à sua esposa Begoña Gómez.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores espanhol, Milei lançou "um ataque frontal" à democracia, às instituições espanholas e "à Espanha".
Tanto a Espanha quanto a Argentina pediram desculpas pelo incidente diplomático.
No final de abril, um tribunal de Madri abriu uma investigação contra a mulher de Sánchez por alegado tráfico de influência e corrupção no setor privado, com base em denúncias do grupo anticorrupção Mãos Limpas.
Segundo a imprensa local, as investigações contra a esposa de Sánchez estão centradas em um acordo de patrocínio que o Africa Center (Centro África), dirigido por Gómez, assinou em 2020 com a empresa Globalia — empresa-mãe da companhia aérea Air Europa — no mesmo período em que a referida empresa estava negociando um resgate financeiro com o governo. Finalmente, o Executivo de Sánchez concedeu à Air Europa uma ajuda de € 475 milhões (cerca de R$ 2,6 bilhões).