A reunião dos ministros francês e alemão ocorreu no final da visita do presidente francês Emmanuel Macron à Alemanha, na terça-feira (28), e contou também com a presença do chanceler alemão Olaf Scholz.
"A França e a Alemanha, com os parceiros, vão iniciar uma cooperação a longo prazo, abrangente e inclusiva na área das armas de longo alcance, que também será acompanhada pelo fortalecimento da base industrial europeia de defesa com o objetivo de melhorar o potencial militar", pontuou o documento final da reunião publicado na terça-feira.
Ainda no início da semana, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg, disse que o direito da Ucrânia à "autodefesa" inclui o direito de atacar alvos militares legítimos fora do país. Stoltenberg também confirmou que é a favor da suspensão das restrições ao uso de armas ocidentais em "alvos legítimos" no território da Rússia. Ao mesmo tempo, disse que a OTAN continua empenhada em evitar o confronto direto com a Rússia.
O presidente russo Vladimir Putin disse que a Rússia monitora as declarações sobre ataques dentro do seu território de perto. Ele alertou que "os representantes dos países da OTAN, especialmente na Europa, deveriam estar cientes do 'com o que estão brincando'".
Nesse sentido, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, alertou que os planos agressivos da OTAN contra a Rússia poderiam acelerar o cronograma para a criação e possível implantação de mísseis de médio e curto alcance por Moscou.
"O anúncio de que o trabalho de pesquisa relevante e uma série de medidas de preparação para a criação de tais sistemas foi feito há vários anos. Não perdemos tempo. E penso que as manifestações cada vez mais agressivas da OTAN para conosco e a necessidade de dar essas manifestações a rejeição mais dura possível nessa área pode ter um certo impacto em termos de intensificação dos cronogramas", disse Ryabkov aos repórteres.
Em agosto de 2019, os Estados Unidos se retiraram formalmente do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, que limitava o desenvolvimento e a implantação de mísseis terrestres com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros. A Rússia denunciou a medida como um risco para a segurança global.