Panorama internacional

Mídia: gabinete de Zelensky instruiu autoridades ucranianas a criticar líderes dos EUA e da China

Autoridades e legisladores ucranianos foram instruídos a criticar publicamente os líderes dos EUA e da China, Joe Biden e Xi Jinping, por sua relutância em participar de uma conferência de paz sobre a Ucrânia a ser realizada na Suíça, entre 15 e 16 de junho, informou o jornal Financial Times nesta quinta-feira (30).
Sputnik
O jornal citou um memorando emitido pelo gabinete de Vladimir Zelensky no início desta semana, com pontos de discussão para conversas com parceiros ocidentais sobre conferência para discutir um acordo de paz. Segundo o jornal, tem havido "paranoia" dentro do gabinete de Zelensky nos últimos meses em relação à cúpula:
"Zelensky está profundamente ansioso com a situação militar, mas especialmente com a cimeira de paz em junho", disse a fonte que pediu anonimato.
Outro alto funcionário ucraniano disse que Zelensky ficou mais "emotivo e nervoso" devido à situação do campo de batalha e à possibilidade de Washington entrar em negociações com Moscou, acrescentou o funcionário.
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Zelenskyy "acha que eles querem que a guerra acabe antes das eleições [nos EUA]", disse o funcionário.
Em abril, o porta-voz da Embaixada da Rússia em Berna, Vladimir Khokhlov, disse à Sputnik que a Suíça não convidou a Rússia para o encontro, acrescentando que Moscou não tinha planos de participar no evento, mesmo que fosse convidado.
Biden tem agenda na Califórnia para uma arrecadação de fundos de campanha na mesma data, informou a Bloomberg na semana passada.
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, expressou a possibilidade de uma aproximação para uma resolução pacífica do conflito ucraniano, mas destacou que há muitos obstáculos para que isso aconteça.
A possibilidade de "acelerar" a solução política da crise ucraniana depende, sobretudo, que o Ocidente pare de enviar armas para a Ucrânia e que Kiev pare de lutar. "Quanto mais cedo isso acontecer, mais cedo terá início um acordo político", apontou ele.
No momento, está confirmado que delegações de mais de 80 países participarão da conferência, disse o Financial Times, citando o documento mencionado acima.
Vários membros do governo ucraniano disseram ao jornal que estavam preocupados que as ações de Zelensky pudessem prejudicar as relações com os Estados Unidos. Eles disseram que Zelensky não deveria "morder a mão" que o alimenta.

Relações tensas com os EUA

Ao mesmo tempo, as fontes do jornal apontaram que a situação com a cúpula é apenas um dos vários episódios que indicam as tensas relações entre Kiev e Washington. Entre as questões que causam disputas entre as partes estão o atraso na concessão de ajuda militar, a falta de progresso na adesão da Ucrânia à OTAN, a proibição de ataques profundos no território russo com armas dos EUA e ataques de drones ucranianos em refinarias de petróleo na Rússia.
Além disso, Washington está descontente com as demissões de vários membros do governo e comando militar. O Financial Times também enfatizou que os dois lados têm ideias diferentes sobre como a Ucrânia pode alcançar a vitória no conflito atual e como essa vitória pode parecer.
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