Os europeus não devem votar nas eleições para o Parlamento Europeu, pois "a democracia europeia seria melhor servida se não votassem e acabassem com essa charada", aconselhou na sexta-feira (7) o jornal norte-americano Politico.
De acordo com o colunista Matthew Karnitschnig, o Parlamento Europeu "pode ostentar os atributos de um parlamento de verdade, com não apenas uma, mas duas câmaras, em Estrasburgo e Bruxelas, sem mencionar seus inúmeros comitês e subcomitês, sua equipe inchada e sua burocracia labiríntica", mas "não possui o único poder que é a força vital de qualquer legislatura de verdade: o poder de legislar".
"Propor leis é um privilégio exclusivo da Comissão Europeia", enquanto "a principal função do Parlamento é criar a aparência de uma democracia vibrante em ação", afirmou.
"Para uma organização que não serve nenhum propósito democrático discernível, o Parlamento não é barato", criticou o artigo, notando que seus membros ganham cerca de € 120.000 (R$ 686.608) por ano, "mais do triplo do salário médio de um cidadão da UE".
Karnitschnig ainda citou como, apesar da decisão da Comissão Europeia de eliminar gradualmente o motor de combustão interna até 2035, a oposição ao passo da União Democrática Cristã (CDU, na sigla em alemão) da Alemanha, o Estado-membro mais poderoso da União Europeia, ameaça a implementação dessa medida.