Gantz, que atuou como ministro da Defesa do país entre 2020 e 2022, formalizou suas ameaças de deixar o governo no último domingo (9). Elas foram feitas em meados de maio. Junto de Yoav Gallant, atual ministro da Defesa de Israel e segundo réu no Tribunal Penal Internacional (TPI), Gantz compunha o gabinete de guerra de Israel, formado em resposta aos ataques de 7 de outubro do Hamas.
Sua saída levantou preocupações de que os "partidos religiosos" pudessem se retirar da coalizão, e a saída de mesmo partido da coalizão poderia desencadear o colapso do governo, acrescenta o analista.
Entretanto, Tsipis explicou que a coalizão governamental israelense atual é composta por "dois partidos religiosos e dois partidos sionistas".
A recente aprovação de um projeto de lei sobre a isenção de serviço militar para judeus ortodoxos, no entanto, garantiu que os "partidos religiosos" não se retirarão da coalizão, pelo menos por enquanto.
O analista ponderou que Gantz parece buscar atrair Yoav Gallant, que se opôs ao referido projeto de lei.
"Gallant é membro do partido de Netanyahu, mas votou contra a lei que Netanyahu propôs. […] há atualmente um cisma dentro do Likud", destacou Tsipis. "Se Gantz conseguir trazer Gallant para o seu lado, para a oposição, então Gallant deixaria o governo. […] o governo entraria em colapso e novas eleições seriam anunciadas", opinou.
Tsipis também sugeriu que a saída de Gantz do governo israelense provavelmente não terá tanto impacto no "banho de sangue em curso na Faixa de Gaza" nem a recente resolução provada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) por um cessar-fogo completo.
Os Estados Unidos e a Organização das Nações Unidas (ONU) agora buscam pressionar Netanyahu a interromper a operação em Gaza e fazer um acordo com o Hamas, o que seria considerado uma derrota pelos israelenses, afirma Tsipis.
A falha em desmantelar o Hamas e matar seus líderes significaria a derrota de Netanyahu, concluiu ele.