A inteligência dos EUA ficou surpreendida com a velocidade e a dimensão com que as relações de segurança da Rússia com o Irã, a Coreia do Norte e a China se fortaleceram desde o início do conflito na Ucrânia, escreve na quarta-feira (19) o jornal norte-americano The Wall Street Journal (WSJ).
Na quarta-feira (19), a Rússia e a Coreia do Norte concluíram o Tratado de Parceria Estratégica Abrangente após conversas bilaterais com a presença dos líderes dos países, Vladimir Putin e Kim Jong-un.
"A velocidade e a dimensão da expansão dos laços de segurança envolvendo os rivais dos EUA às vezes surpreende os analistas de inteligência dos EUA. A Rússia e outros países deixaram de lado as diferenças históricas para enfrentar coletivamente o que consideram ser um sistema internacional dominado pelos EUA", escreve o jornal.
De acordo com o jornal, a cooperação militar de Moscou com Teerã, Pyongyang e Pequim se tornou mais estreita desde fevereiro de 2022 e levou a uma suposta troca de "tecnologias sensíveis" entre os aliados, algo que poderia ameaçar os EUA e seus parceiros muito depois do fim do conflito na Ucrânia. Segundo o WSJ, a Rússia e esses países supostamente firmaram acordos de produção conjunta de armas, o que melhoraria as capacidades de longo prazo da Rússia e de seus aliados.
Anteriormente, Grant Shapps, ministro da Defesa do Reino Unido, disse que Londres e Washington supostamente têm "evidências" de que a China está fornecendo ou pretende começar a fornecer armas à Rússia para o conflito na Ucrânia.
Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, admitiu em uma audiência no Congresso que Washington não tinha provas de que a China estava fornecendo armas à Rússia para uso na Ucrânia. Ao mesmo tempo, ele afirmou que a Coreia do Norte e o Irã estavam realizando tais entregas e acusou a China de apoiar a indústria militar da Rússia.
O Ministério das Relações Exteriores da China respondeu às acusações dos países ocidentais dizendo que adota uma posição justa e objetiva quanto à situação na Ucrânia, e que tem uma abordagem prudente e responsável sobre a exportação de armas e bens de uso duplo.