Em 2021, a Conferência sobre Reivindicações Materiais Judaicas contra a Alemanha informou que as vítimas do Holocausto que sobreviveram ao bloqueio de Leningrado receberiam um auxílio mensal de 375 euros (R$ 2,1 mil) do governo alemão. Em setembro do ano passado, os residentes da cidade sitiada de Leningrado e os participantes da defesa da cidade apelaram a Berlim para estender os pagamentos humanitários a todos os sobreviventes do bloqueio, independentemente da nacionalidade.
Em novembro do ano passado, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, informou que o governo alemão se recusou a estender os pagamentos a todos os sobreviventes do bloqueio de Leningrado durante a Segunda Guerra Mundial.
Em março, Zakharova declarou que a Alemanha não tem direito moral de tratar de forma diferente as vítimas dos crimes nazistas. A diplomata destacou que Berlim conduz sua política em contradição com os documentos de direito internacional.
A representante oficial também lembrou que resolução da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Holocausto menciona o sofrimento "dos judeus e de um número incontável de representantes de outras minorias", mesma formulação usada pela UNESCO. A declaração de Berlim na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE, na sigla em inglês) menciona "todos os grupos étnicos e religiosos" atingidos.
O bloqueio de Leningrado, que começou em 8 de setembro de 1941, durou quase 900 dias. O único caminho pelo qual os alimentos eram levados à cidade passava sobre o gelo do lago Ladoga. O bloqueio terminou em 18 de janeiro de 1943, mas só foi completamente levantado em 27 de janeiro de 1944.
Durante os anos do bloqueio, morreram, segundo várias estimativas, entre 400 mil e 1,5 milhão de pessoas. No Tribunal de Nuremberg, o número de 632 mil pessoas foi mencionado. Apenas 3% delas morreram em bombardeios e ataques de artilharia, o restante morreu de fome.