Panorama internacional

Julian Assange se declara culpado em tribunal da acusação de espionagem, diz mídia

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, se declarou nesta terça-feira (25) culpado de espionagem em um tribunal nas Ilhas Marianas do Norte, relata o jornal The Washington Post. Na última segunda (24), o ativista e jornalista fez um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e deixou a prisão no Reino Unido após mais de cinco anos.
Sputnik
Julian Assange se declarou culpado em um tribunal federal dos EUA da acusação de conspirar para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais relacionadas à defesa nacional dos Estados Unidos. O julgamento aconteceu nas Ilhas Marianas do Norte, um território no Pacífico administrado por Washington.
Após a audiência, Assange vai retornar para a Austrália. Em abril de 2019, ele foi transferido para a prisão de alta segurança de Belmarsh depois de perder o asilo político na Embaixada do Equador.
Nos EUA, o ativista e jornalista enfrentava acusação sob a Lei de Espionagem após revelar crimes de guerra e violações dos direitos humanos cometidos por tropas norte-americanas no Iraque e no Afeganistão.
Conforme a conta do WikiLeaks no X (antigo Twitter), Julian Assange partirá para a capital australiana, Camberra. "Está previsto partir daqui a 2 horas e 58 minutos para Camberra, Austrália. Voo VJT199", disse o portal e anexou o link para o portal FlightAware, que rastreia o voo.

Assange diz que não houve tentativa de suborno

Durante a audiência, o fundador do WikiLeaks disse a um juiz norte-americano que ninguém tentou suborná-lo ou coagi-lo a se declarar culpado. Além disso, relatórios apontam que o governo norte-americano não busca "qualquer confisco de Assange".
O acordo prevê ainda que o WikiLeaks destrua as informações que possui sobre o governo norte-americano e que são consideradas delicadas para Washington, indica o jornal britânico The Guardian. Os juízes pediram ao ativista que apresente uma declaração juramentada de que assim o fez, acrescenta o relatório.
Com a confissão, Assange receberá uma condenação de cerca de cinco anos, o mesmo tempo que já passou atrás das grades no Reino Unido. Por isso, não voltará para prisão.
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O avião que transportava o ativista pousou na ilha do Pacífico de Saipan, nas Ilhas Marianas do Norte, para participar da audiência em um tribunal federal, onde esperavam que ele se declarasse culpado como parte de um acordo com os promotores federais. Com isso, Assange não retornará para a prisão.
O tribunal de Saipan foi escolhido porque o ativista se recusou a levar a cabo processos no território continental dos EUA. Também fica mais perto de seu país natal. O acordo visa resolver o que tem sido um impasse entre o Departamento de Justiça norte-americano e Assange, o controverso defensor da transparência governamental que tem sido um de seus réus mais notórios e polêmicos e cujos problemas jurídicos abrangem vários países.
O australiano, de 52 anos, tem lutado contra os esforços para trazê-lo para os EUA a fim de enfrentar as acusações, argumentando que pode enfrentar uma pena de prisão perpétua se for condenado e, em maio, o Supremo Tribunal de Londres acabou dando permissão a ele para recorrer de uma ordem que permitia a sua extradição.
Em paralelo, o governo trabalhista australiano, eleito em 2022, fez um lobby privado em Washington para encontrar uma solução para o caso. O primeiro-ministro Anthony Albanese disse ao parlamento do país que a liberação de Assange foi "um desenvolvimento bem-vindo", mas que os procedimentos "são cruciais e delicados".
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