Panorama internacional

Fortalecimento do mundo multipolar: especialistas discutem cooperação entre Rússia e América Latina

O Centro de Imprensa e Multimídia Internacional da Sputnik realizou, na última quarta-feira (26), uma videoconferência entre Moscou, Cidade do México, Buenos Aires e Wuhan sobre o tema "Rússia — América Latina: questões atuais da interação".
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O debate contou com a participação de especialistas de diferentes países, que abordaram vários aspectos das relações entre a Rússia e os Estados latino-americanos, como Brasil, Cuba, México e Argentina, e destacaram o aumento da autonomia da região e das possibilidades de aproximação por meio do BRICS.
Daria Yurieva, diretora do Departamento de América Latina da Sputnik
Daria Yurieva, diretora do Departamento de América Latina da Sputnik, falou sobre o funcionamento da agência na região, não apenas por meio de sites e rádio, mas também em redes sociais.

"Não é segredo que a mídia russa, incluindo nossa agência, enfrenta uma censura muito forte em muitas plataformas digitais. É por isso que tentamos trabalhar de forma mais ativa nas plataformas que mais aderem ao princípio da liberdade de expressão na prática, e não em palavras, como é o caso de muitas outras. Uma dessas plataformas é o Telegram."

De acordo com Yurieva, a Sputnik Mundo e a Sputnik Brasil superam em número de assinantes nesse aplicativo de mensagens seus concorrentes ocidentais, como a versão espanhola da CNN e a France 24.
Omar Godínez, membro da Diretoria da Sociedade Russa de Amizade com Cuba, destacou as principais áreas de cooperação russo-cubana na área cultural, entre as quais festivais especiais, exposições, publicações de livros e eventos para crianças. Para ele, iniciativas do gênero despertam sempre interesse do lado russo.
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A professora Imelda Ibáñez Guzmán, do Centro de Relações Internacionais da Universidade Nacional Autônoma do México, analisou as relações russo-mexicanas e as transformações sofridas pelos países e pelas regiões face aos atuais desafios geopolíticos modernos, salientando o papel especial do BRICS.

"Um dos mecanismos que pode nos aproximar é o grupo BRICS, que agora está se tornando muito importante", disse ela.

O doutor em relações internacionais pela Universidade Nacional de Rosário Marcelo Montes, membro do Comitê de Estudos Eurasiáticos do Conselho Argentino de Relações Exteriores, lembrou que os países latino-americanos não aderiram às sanções antirrussas, recusando-se a fazê-lo sempre que são pressionados pelo Ocidente. O especialista acredita que, аgora, a América Latina está vivendo uma época bastante autônoma.
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Nikolai Frolov, diretor do Centro de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação com os Países Ibero-Americanos da Universidade Estatal do Sudoeste, falou sobre as atividades desenvolvidas por sua universidade na vertente latino-americana, destacando que a instituição formou mais de 500 especialistas técnicos qualificados para os países da região.

"Cientistas da nossa universidade, apoiados por nossos colegas latino-americanos e o Parlamento da América Central, elaboraram um programa educacional com tópicos espaciais para crianças, traduziram-no para o espanhol e agora estamos implantando esse programa em colégios da América Latina", salientou.

O especialista do Centro de Estudos sobre a China e Globalização José Renato Peneluppi expôs sua visão das relações Rússia-Brasil.
"Temos uma cooperação econômica muito forte. Os dois países comercializam produtos agrícolas, recursos energéticos e outros bens." O especialista enfatizou o papel especial do BRICS na cooperação bilateral, assinalando que a Rússia e o Brasil encontraram um terreno comum no desenvolvimento e fortalecimento de um mundo multipolar.
José Renato Peneluppi, especialista do Centro de Estudos sobre a China e Globalização
Juan Martín González Cabañas, pesquisador do Centro de Economia e Política Global (CIEPE), abordou o desenvolvimento da cooperação na política da juventude. Segundo ele, "trabalhar com a juventude é muito importante porque os jovens têm acesso a um mundo que não é centrado nos Estados Unidos em termos de cultura e geopolítica".
O especialista destacou que o número de bolsas de pesquisa e estudo disponibilizadas a estudantes da América Latina aumentou nos últimos anos.
O evento de ontem encerrou o ciclo de reuniões de especialistas sob o lema "Cooperação da Rússia com a Ásia, África e América Latina — Desafios e Perspectivas", organizado com o apoio da Fundação Gorchakov e do Centro de Assistência a Programas Humanitários e Educacionais.
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