Na quarta-feira (26), um tribunal dos EUA nas Ilhas Marianas do Norte aceitou a admissão de culpa de Assange — como parte de um acordo judicial com procuradores federais norte-americanos — na qual ele se declara culpado do crime de espionagem, liberando-o de cumprir qualquer pena tendo em conta os 14 anos que o jornalista passou isolado ou preso no Reino Unido. O fundador do WikiLeaks partiu então para Camberra, para gozar de sua liberdade junto à família.
"O processo estava em um impasse completo, mas nos EUA tem havido um questionamento crescente sobre a razão pela qual o presidente [Joe] Biden não conseguiu qualquer movimento neste dossiê. Com uma eleição no horizonte, o presidente não queria mais uma questão que incomodasse alguns dos seus eleitores mais radicais, por isso ele estava mais preparado para aceitar um compromisso. O governo australiano também tem feito muito lobby silencioso para a sua liberação", disse Balfe, acrescentando que a liberação de Assange foi uma "situação única" sem precedentes.
Assange, um cidadão australiano, deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, na segunda-feira (24), depois de passar mais de cinco anos lá sob acusações de quebra de fiança. Nos EUA, foi processado ao abrigo da Lei de Espionagem por obter e divulgar informações confidenciais que expõem crimes de guerra e violações dos direitos humanos cometidas pelas tropas dos EUA no Iraque e no Afeganistão.
Os Estados Unidos acusaram Assange anteriormente de 18 acusações criminais sob as quais, se fosse condenado, poderia ter enfrentado até 175 anos de prisão.
As eleições presidenciais dos EUA estão marcadas para novembro de 2024. Os principais candidatos esperados nas urnas são Biden e o ex-presidente dos EUA Donald Trump, que obtiveram votos de delegados suficientes para serem os presumíveis candidatos dos respetivos partidos Democrata e Republicano.