Dados de boca de urna colocam o Reagrupamento Nacional e seus aliados como os grandes vencedores do primeiro turno das eleições parlamentares da França, com cerca de 34,2% dos votos. Em segundo lugar aparece a coligação de esquerda Nova Frente Popular, com 29,1%.
A frente governista, Ensemble (Juntos, em francês), ficou na terceira posição, com 21,5% dos votos, segundo os dados.
Seguindo os resultados, Marine Le Pen parabenizou seus apoiadores e os estimulou a voltarem às urnas no segundo turno.
"Para levar a cabo as reformas que o país necessita, precisamos de uma maioria absoluta para que [o líder do Reagrupamento Nacional] Jordan Bardella seja nomeado pelo [presidente francês] Emmanuel Macron como primeiro-ministro dentro de oito dias", disse.
De acordo com a legislação francesa, um candidato parlamentar precisa de mais de 50% dos votos válidos para ser eleito para o assento. Caso não consiga alcançar essa marca, todos os candidatos com mais de 12,5% dos votos se classificam para a segunda rodada de votações, que será realizada no dia 7 de julho.
Em discurso, Jordan Bardella afirmou que pretende se tornar o primeiro-ministro da França e "ouvir a todos, respeitar a oposição, estar aberto ao diálogo e lutar pela unidade nacional, proteger o poder de compra, restaurar a ordem e a segurança em todo o país e controlar a migração".
Caso vença, essa será a quarta vez que a quinta república francesa passará pelo que é chamado de "cohabitação" no país, quando o líder de governo (primeiro-ministro) não pertence ao mesmo partido do chefe de Estado (presidente).
Eric Sciotti, líder do partido Republicanos, fundado pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy e que obteve cerca de 10% dos votos, pediu a seus apoiadores que apoiassem o RN de Marine Le Pen e Jordan Bardella no segundo turno.
"A aliança histórica e sem precedentes que forjamos com Jordan Bardella põe fim a anos de inação [...] Apelo a todos os republicanos para que sigam o caminho de unidade que abri. Os republicanos não devem se abster de votar no segundo turno", declarou.
O primeiro-ministro, cargo hoje ocupado por Gabriel Attal, é responsável por liderar o governo e introduzir novas legislações, basicamente sendo responsável por determinar a política interna do país.
Enfraquecido, o presidente ainda possui cartas constitucionais na manga, sendo o responsável por assinar as ordens e decretos governamentais e gerir a política externa e de defesa.
Em fala televisionada, Macron ordenou seu partido a analisar a situação em todos os distritos eleitorais do país para que se encontre alianças para lutar contra o RN.
Contrário à vitória do RN também está Jean-Luc Mélenchon, líder da Nova Frente Popular. O político anunciou que está preparado para remover os candidatos de seu partido que não ficaram entre os dois primeiros nos distritos eleitorais como forma de concentrar votos contra o Reagrupamento Nacional.
"Não permitiremos que o RN ganhe. Se o candidato deles sair vencedor e nós ficarmos em terceiro, retiraremos o nosso candidato. Em qualquer circunstância, a nossa recomendação é simples e clara: nem um voto, nem mais um lugar para o Reagrupamento Nacional", disse.