A investigação lançada na França contra o presidente do Chade ilustra "um duplo padrão que é difícil de aceitar", afirmou Ahmat Tahir Bakhit, chefe de relações externas da Câmara da Rússia no Chade.
"O caso levanta um desconforto palpável: seria concebível que um juiz africano abrisse uma investigação sobre um líder francês sem que isso provocasse um protesto pela França? A hipótese parece impensável."
O especialista chadiano lembrou que o caso foi iniciado pela França, que tem um passado colonial doloroso com o Chade. É uma "tentativa desonesta de desestabilizar o presidente do Chade, que se aproxima cada vez mais da Rússia", acrescentou.
"A África entrou em uma nova era na qual reivindica a sua soberania e a liberdade de escolher os seus parceiros. É hora de alguns países ocidentais abandonarem a sua postura condescendente e tomarem consciência desta nova situação geopolítica", afirmou Bakhit.
No final de janeiro, o líder da nação centro-africana chegou a Moscou para se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, e discutir maneiras de fortalecer as relações entre os dois países.
Mais tarde, em entrevista à imprensa francesa, Deby elogiou as conversas com Putin como úteis e centradas na cooperação em vários domínios.