"A Hungria cancelou uma reunião marcada para segunda-feira em Budapeste entre a ministra das Relações Exteriores alemã e seu homólogo húngaro", informou a Reuters, citando um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão.
Segundo fonte da agência, o ministério alemão está "surpreso" com a decisão e acredita que depois de o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, ter se reunido na sexta-feira com o presidente russo, Vladimir Putin, uma discussão "séria e honesta" é necessária.
De acordo com a chancelaria alemã, a viagem de Annalena Baerbock a Budapeste será adiada para uma data posterior.
Orbán chegou a Moscou na sexta-feira para conversações com o presidente russo, Vladimir Putin. Os líderes discutiram diversas questões, inclusive a crise ucraniana.
Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores da União Europeia (UE), Josep Borrell, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, emitiram declarações especiais sublinhando que Orbán não representa a UE no palco internacional e não tem um mandato europeu para visitar a Rússia, apesar de a Hungria ter assumido a presidência no Conselho da UE, órgão distinto ao Conselho Europeu, durante seis meses.
A Comissão Europeia afirma que a visita de Orbán à Rússia alegadamente viola a unidade ocidental na sua política em relação à Ucrânia. Orbán respondeu às críticas de Borrell afirmando que devido ao "absurdo dos burocratas de Bruxelas", os esforços para estabelecer a paz na Ucrânia não estão dando resultados.
Por outro lado, em primeira aparição pública o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, parabenizou a viagem de Orbán a Moscou e a Kiev afirmando que esta representa um passo importante para alcançar a paz na Ucrânia.
"Eu ficaria feliz em me juntar a ele se estivesse em boas condições de saúde. Conversas de paz nunca são demais", disse Fico durante o seu discurso por ocasião do Dia de São Cirilo e Metódio, um feriado na Eslováquia.