Moscou vê que Kiev não está pronta para desistir de travar a guerra até o fim, disse na sexta-feira (5) Vladimir Putin, presidente da Rússia, após discussão com Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria.
"Como vemos a situação, inclusive levando em conta o que ouvimos hoje do primeiro-ministro [Orbán], Kiev ainda não está pronta para desistir de travar uma guerra até o final vitorioso", de acordo com Putin.
"Do lado oposto [o ucraniano], ouvimos um desinteresse em resolver a questão dessa maneira [por meio de negociações]", continuou.
Putin disse ter discutido com Orbán as maneiras possíveis de resolver várias questões, incluindo o conflito ucraniano.
"O primeiro-ministro [Orbán] falou sobre suas recentes reuniões em Kiev, onde fez uma série de propostas e, em particular, um pedido de cessar-fogo de forma a criar condições para o início das negociações com a Rússia", disse Putin em declaração à imprensa.
Ele caracterizou os "patrocinadores da Ucrânia" como continuando a "tentar usar esse país e seu povo como um 'aríete', uma vítima do confronto com a Rússia", mas expressou a importância de continuar o diálogo "mesmo na difícil situação geopolítica atual".
"Como em reuniões anteriores, tivemos uma conversa útil e franca", explicou o presidente da Rússia.
Não deve haver um cessar-fogo ou uma pausa para rearmar o regime de Kiev, a Rússia é a favor de um fim completo e definitivo para o conflito, defendeu o mandatário russo.
"A Rússia é a favor de um fim completo e definitivo do conflito. As condições para isso, como eu já disse, estão descritas em meu discurso no Ministério das Relações Exteriores. Falamos da retirada completa de todas as tropas ucranianas das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e das regiões de Zaporozhie e Kherson."
"No que diz respeito à Rússia, eu disse repetidamente que sempre estivemos e continuamos abertos para discutir uma solução política e diplomática [da situação na Ucrânia]", detalhou Vladimir Putin.