O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha afirmou ter ficado "surpreso" com o cancelamento de última hora, e que uma discussão "séria e honesta" era necessária depois que o primeiro-ministro, Viktor Orbán, se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin.
"Devido a uma mudança imprevista na agenda do ministro, o Ministério das Relações Exteriores solicitou que a visita ocorresse em uma data posterior, esperançosamente em um futuro próximo. A razão é puramente técnica e não política", afirmou a chancelaria húngara neste sábado (6), citada pela Reuters.
Mais cedo na sexta-feira (5), enquanto Orbán se reunia com Putin, o chanceler alemão Olaf Scholz disse que o premiê não lhe deu nenhum aviso prévio sobre seus planos de viagem.
"O Conselho Europeu é representado por Charles Michel em termos de política externa — e não a Hungria", disse Scholz, citado pela Bloomberg.
Em uma reunião em Kiev na terça-feira (2), Orbán pediu a Vladimir Zelensky que considerasse um cessar-fogo.
Michel emitiu um alerta público na quinta-feira (4) à noite para deixar claro que Orbán não falou em nome de Bruxelas depois que não conseguiu entrar em contato com autoridades húngaras.
A ida de Orbán à Rússia causou diversas críticas públicas de membros importantes do bloco europeu como Josep Borrell, Ursula von der Leyen e o próprio Charles Michel.
Na segunda-feira (1º), Budapeste assumiu a presidência rotativa da União Europeia (UE), sucedendo à Bélgica na presidência rotativa do Conselho Europeu.
No entanto, quando o premiê visitou Kiev dias antes, a ação foi considerada uma iniciativa inédita, demonstrando que, de fato, lideranças ocidentais não estão dispostas a ter um diálogo com Moscou.