De acordo com o Financial Times (FT), as empresas norte-americanas vão ter de apresentar o maior aumento nos lucros em mais de dois anos para evitar desiludir os analistas otimistas de Wall Street com a baixa no desempenho do setor de tecnologia, responsável por impulsionar o índice Standard & Poor's (S&P) 500 em cerca de 16% este ano.
As ações do S&P 500 — um índice composto por 500 ativos cotados nas principais bolsas norte-americanas — devem registrar este mês um crescimento anual dos lucros de quase 9% nos três meses até junho, o maior aumento trimestral desde o início de 2022, segundo análises compiladas pela FactSet de acordo com o FT.
As Big Techs como Microsoft, Alphabet, Google e Tesla devem apresentar relatórios de desempenho já no dia 23 de julho, quando as expectativas de mercado reduzem as previsões de lucro, após o balanço entre investimento e crédito frente aos ganhos. Neste trimestre, no entanto, os números foram reduzidos em apenas 0,5%, em comparação com uma média de 3,4% nos últimos cinco anos, segundo a FactSet.
Ao mesmo tempo, de acordo com a apuração, a recuperação tecnológica levou o S&P a um máximo histórico e elevou a sua avaliação de 19 vezes os lucros esperados em janeiro para um múltiplo de mais de 21 vezes — o seu nível mais elevado desde o final de 2021, durante a pandemia de COVID-19.
No entanto, mesmo com a previsão de lucro, graças ao desempenho de algumas gigantes do setor, o crescimento esperado das Big Tech deve desacelerar, de acordo com as previsões do Deutsche Bank, citado pela apuração do FT.
Em vez disso, os analistas esperam que uma recuperação dos lucros do restante das empresas norte-americanas apoie quaisquer ganhos adicionais do mercado.
"O sentimento do mercado é tal que não está claro para mim se bons lucros de, digamos, uma Pfizer, uma Johnson & Johnson ou um Walmart podem superar um dia bom ou ruim [de desempenho do preço das ações] para a Nvidia e a Microsoft", disse Steven Sosnick, estrategista-chefe de mercado da Interactive Brokers, acreditando ainda que o preço no mercado seja "muito bom".