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Lockheed Martin: o que se sabe sobre a maior empresa americana que fornece armas a Taiwan?

© AP Photo / Evan VucciMísseis antitanque Javelin em carrinhos nas instalações de operações da Lockheed Martin no condado de Pike, Alabama, onde são fabricados, em 3 de maio de 2022
Mísseis antitanque Javelin em carrinhos nas instalações de operações da Lockheed Martin no condado de Pike, Alabama, onde são fabricados, em 3 de maio de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 05.07.2024
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Em junho, a China impôs sanções à fabricante americana Lockheed Martin pela venda de armas a Taiwan. Em Pequim salientam que as ações dos EUA prejudicam a soberania chinesa e as relações entre os dois Estados. O que é a Lockheed Martin e por que ela aparece com tanta frequência no contexto da política externa de Taiwan, da Ucrânia e dos EUA?
A Lockheed Martin, criada em 1995, após a fusão da Lockheed Corporation com outra gigante da indústria, a Martin Marietta, é a maior empresa de defesa dos Estados Unidos e de quase todo o mundo, à frente de importantes corporações de produtos militares americanas, como RTX Corporation, Northrop Grumman e Boeing.
A empresa é especializada no desenvolvimento e na produção de aviões de combate (F-35 Lightning II, F-22 Raptor), bombardeiros, drones, helicópteros (C-130 Hercules), mísseis de médio e longo alcance (Hellfire, JASSM), mísseis balísticos e sistemas navais (submarinos, navios), bem como produtos relacionados à esfera da segurança cibernética e da guerra cibernética.
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Também são desenvolvidos pela empresa avanços na área de inteligência artificial, sistemas autônomos, tecnologias quânticas e tecnologias que correspondem às necessidades da indústria de defesa. A fabricante está listada na bolsa de valores americana e faz parte do índice S&P 500.
A maior parte de suas ações pertence a grandes fundos de investimento. Seus principais acionistas são as gigantes State Street Corporation (15,1%), The Vanguard Group (8,99%) e BlackRock (7,7%).
A receita da empresa cresce a cada ano, à medida que aumenta o orçamento militar dos EUA. Assim, no período entre o final de março de 2023 e o final de março de 2024, segundo dados públicos, seu lucro foi de quase US$ 70 bilhões (R$ 382,5 bilhões), 5,28% a mais que nos 12 meses anteriores.
Nos EUA, a empresa tem sido repetidamente acusada de exercer pressão política, de manter laços estreitos com o Pentágono e de influenciar excessivamente a formação do orçamento militar dos EUA, o que aparentemente causou o aumento das despesas militares.
Por exemplo, o senador norte-americano Bernie Sanders, que enfatiza os problemas sociais e a desigualdade nas suas campanhas, acusou a empresa de ditar prioridades nacionais que nem sempre coincidem com os interesses dos Estados Unidos.
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No passado, a Lockheed Martin esteve envolvida em escândalos relacionados a todos os tipos de irregularidades e subornos, tanto dentro como fora dos Estados Unidos. Em 2015, a fabricante foi acusada de subornar contribuintes para obter um contrato multimilionário do governo para gerir os laboratórios da Administração Nacional de Segurança Nuclear dos EUA.
Também sofreu denúncias de cobrança de preços inflacionados pelos seus produtos e pesquisas. Especificamente em dezembro de 2016, o então presidente dos EUA, Donald Trump, criticou o custo injustificadamente excessivo dos caças F-35, o que na época causou uma queda de US$ 4 bilhões (R$ 21,8 bilhões) no valor dos ativos da empresa. Em 2023, os tribunais dos EUA estudavam um caso de superfaturamento de peças de aeronaves.
A Lockheed Martin é uma das maiores beneficiárias dos chamados "pacotes de ajuda" aos governos aliados de Washington. Os políticos americanos, incluindo o atual presidente do país, Joe Biden, têm indicado nas suas intervenções que a concessão de fundos para apoiar a Ucrânia é favorável à economia americana, uma vez que a maior parte do dinheiro irá para os fabricantes de armas do próprio país.
No final de abril, após muita discussão, o Congresso dos EUA aprovou um pacote de ajuda militar de US$ 95,3 bilhões (R$ 520,8 bilhões), abrangendo Ucrânia, Israel e Taiwan.
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Envio de armas e participação em Taiwan

Os programas de armas americanos para Taiwan são uma importante fonte de receita para a Lockheed Martin. Em particular, a empresa serve a Força Aérea de Taiwan e fornece diversas armas e componentes, incluindo caças interceptadores supersônicos F-104 e F-16A/B MLU Block 20 Fighting Falcon. A empresa também participou do desenvolvimento do Indigenous Defense Fighter, que é o caça leve da Força Aérea de Taiwan, bem como da fragata PFG-2.
A gigante mantém contatos próximos com empresas locais na ilha. Por exemplo, chips do maior fabricante mundial de semicondutores, TSMC, são usados ​​nas aeronaves F-35A. A empresa americana também se tornou a primeira fabricante militar estrangeira a assinar um acordo de cooperação industrial com a autoridade econômica de Taiwan, trazendo tecnologia militar americana avançada para a ilha.
Um dos últimos contratos estendidos da Lockheed Martin está relacionado à produção de sistemas de guerra radioeletrônica Viper Shield para caças F-16 Block 70/72, em um valor de US$ 897,4 milhões (R$ 4,9 bilhões). O programa inclui vendas para vários postos militares estrangeiros, incluindo a Força Aérea de Taiwan.
Duas semanas antes, a China impôs outro conjunto de sanções à Lockheed Martin. Dessa vez, afetaram três gestores seniores da empresa e várias das suas subsidiárias, incluindo o Missile System Integration Lab, os Lockheed Martin Advanced Technology Laboratories e a Lockheed Martin Ventures. As sanções foram impostas devido às vendas de armas dos EUA a Taiwan, já que Pequim considera essas medidas uma violação da sua soberania.
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