As "implantações episódicas" dos Estados Unidos são uma preparação para o destacamento de longo prazo dessas capacidades, que incluirão mísseis SM-6 e Tomahawk, e armas hipersônicas em desenvolvimento que têm um alcance maior do que as capacidades atuais na Europa, disseram os dois países, citados pela Reuters.
Segundo as autoridades, o esforço visa demonstrar o comprometimento com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e com a Defesa europeia.
A mídia relembra que mísseis terrestres com alcance superior a 500 quilômetros foram proibidos até 2019 pelo Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), assinado em 1987 por Mikhail Gorbachev, da União Soviética, e pelo ex-presidente dos EUA Ronald Reagan.
Alinhando-se aos signatários, Alemanha, Hungria, Polônia e República Tcheca, os países destruíram seus mísseis na década de 1990, e foram seguidos mais tarde pela Eslováquia e Bulgária.
Os Estados Unidos se retiraram do INF em 2019, alegando que Moscou estava violando o acordo, citando o desenvolvimento russo do míssil de cruzeiro lançado do solo 9M729, conhecido na OTAN como SSC-8.
O Kremlin negou repetidamente a acusação e então impôs uma moratória ao seu próprio desenvolvimento de mísseis anteriormente proibidos pelo INF — mísseis balísticos e de cruzeiro terrestres com alcances de 500 quilômetros a 5,5 mil quilômetros.
No final de junho, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que Moscou deveria retomar a produção de mísseis com capacidade nuclear de alcance intermediário e curto, depois que os EUA trouxeram mísseis semelhantes para a Europa e a Ásia.
Putin acrescentou que a Rússia prometeu não implantar esses mísseis, mas que os Estados Unidos retomaram sua produção, levando o poder de fogo para exercícios na Dinamarca e nas Filipinas.