Após realizadas as audiências de custódia, conduzidas por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, a Corte determinou que o ex-funcionário da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República durante o governo de Jair Bolsonaro, Mateus de Carvalho Sposito, o empresário Richards Dyer Pozzer, o influenciador Rogério Beraldo de Almeida, o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues devem permanecer presos.
Eles foram alvos da Operação Última Milha, que desde 2023 investiga o uso ilegal de sistemas da Abin para espionar opositores e desafetos pessoais de Bolsonaro.
De acordo com as investigações, diversas autoridades foram espionadas, como João Doria, ex-governador de São Paulo, servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), envolvidos nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e, também, de suspeita de "rachadinha" pelo senador Flávio Bolsonaro.
De acordo com a polícia, Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin e candidato de Bolsonaro para as eleições municipais do Rio de Janeiro, determinou os alvos a serem espionados por motivos políticos de interesse do então chefe de Estado. Os cinco presos obedeceram suas ordens, defende as investigações.