O pedido chinês acontece após a publicação do livro branco de Defesa do Japão deste ano. No texto, Tóquio deu forte ênfase à questão de Taiwan.
A primeira vez que a ilha foi mencionada no livro foi em 2021, e gradualmente a linguagem sobre o assunto foi intensificada nos anos seguintes, tendo sido a deste ano a mais forte até agora.
No texto desta semana, o Japão diz pela primeira vez que a série de exercícios militares de larga escala da China ao redor da ilha provavelmente "demonstrou pelo menos parte da estratégia de invasão de Pequim", ao mesmo tempo em que atribui a culpa diretamente à potência militar chinesa pelas tensões contínuas.
A China expressou forte insatisfação e oposição ao texto na sexta-feira (12), com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, relembrando que "o Japão invadiu e exerceu domínio colonial sobre Taiwan e carrega sérias responsabilidades históricas pelo sofrimento que impôs ao povo chinês. O Japão não está em posição de apontar o dedo para a questão de Taiwan".
"O livro branco da Defesa do Japão 2024 interfere gravemente nos assuntos internos da China, busca novamente enfatizar a narrativa da 'ameaça chinesa' e exagera as tensões regionais. Nós lamentamos e rejeitamos isso. [...] a questão de Taiwan é puramente um assunto interno que não tolera interferência externa. [...] Dado o histórico de agressão militarista do Japão durante o último século, os movimentos militares e de segurança do Japão têm sido observados de perto por seus vizinhos asiáticos e pela comunidade internacional", disse o porta-voz.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, concordou com o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, durante a cúpula da OTAN em Washington, nesta semana, que Tóquio e Seul fortalecerão a cooperação com os Estados Unidos, bem como com os parceiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Ásia-Pacífico.
O porta-voz do MRE chinês acrescentou que "a Ásia-Pacífico não precisa de blocos militares, muito menos de confrontos entre grandes países ou clubes de países pressionando por uma nova Guerra Fria, convocando o Japão e a Coreia do Sul a aderirem ao caminho certo da cooperação Ásia-Pacífico, a desempenharem um papel construtivo na manutenção e promoção da paz, estabilidade, desenvolvimento, e não atuar como a 'vanguarda' da expansão da OTAN na Ásia-Pacífico", complementou o diplomata.