A informação foi divulgada pelo canal de televisão Al Qahera News, que citou uma fonte do alto escalão do governo. O presidente Abdel Fattah al-Sisi chegou a declarar que o Egito se opõe firmemente ao uso do posto de controle na fronteira em Rafah como um instrumento para endurecer o bloqueio de Gaza.
"O Egito insiste na retirada completa de Israel do lado palestino do cruzamento fronteiriço de Rafah e na ausência de restrições ao movimento de cidadãos palestinos de e para a Faixa de Gaza", disse a fonte.
Além disso, Cairo também defende que Israel deve permitir a livre entrada de ajuda humanitária e médica na Faixa de Gaza, além de abrir imediatamente todos os cruzamentos fronteiriços.
No início de maio, o Exército israelense tomou o controle da parte palestina do cruzamento de Rafah, o que reduziu significativamente o fluxo de ajuda humanitária para a região, que vive a maior crise humanitária da história.
Pelo menos 90 mortos em ação violenta em Gaza
Um ataque aéreo israelense matou pelo menos 90 palestinos e deixou cerca de 300 feridos em uma zona designada como humanitária em Khan Younis, na Faixa de Gaza, também neste sábado, informou o Ministério da Saúde do enclave.
O ataque teve como objetivo alegado matar o chefe militar do Hamas, Mohammed Deif, relata a Reuters. No entanto, não ficou claro se Deif foi morto.
Deif sobreviveu a sete tentativas de assassinato, a mais recente em 2021, e está no topo da lista dos mais procurados de Israel há décadas. Subindo na hierarquia do Hamas ao longo de 30 anos, ele desenvolveu a rede de túneis do grupo e sua experiência na fabricação de bombas, dizem fontes do Hamas.
Já na Cidade de Gaza, pelo menos 17 palestinos foram mortos em outro ataque israelense a um salão de orações em um campo de deslocados. Testemunhas disseram que o ataque de Khan Younis foi uma surpresa, pois a área estava calma, acrescentando que mais de um míssil havia sido disparado. Alguns dos feridos que estavam sendo evacuados eram socorristas, disseram.
Em uma campanha militar que já dura nove meses desde o ataque do Hamas em 7 de outubro do ano passado, quando militantes mataram quase 1,2 mil israelenses e fizeram mais de 250 reféns, as forças israelenses já provocaram a morte de mais de 38 mil palestinos e deixaram feridos mais de 80 mil. Além disso, outras 6 mil pessoas estão desaparecidas e dezenas de milhares sem casa, dizem autoridades palestinas do enclave.