Dezenas de eurodeputados exigiram que a Hungria fosse destituída de seus direitos de voto na UE após as viagens do primeiro-ministro Viktor Orbán à Rússia e à China, informou na terça-feira (16) o jornal norte-americano Politico.
O jornal citou para isso uma carta de 63 membros do Parlamento Europeu a Ursula von der Leyen, chefe da Comissão Europeia, Charles Michel, chefe do Conselho Europeu, e Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu.
De acordo com o Politico, os deputados disseram na carta que Orbán "causou danos significativos através do abuso do papel de presidência do Conselho" da UE.
Orbán chegou a Moscou com uma delegação em 5 de julho e teve reunião com o presidente russo, Vladimir Putin. Ele classificou a visita a Moscou como a etapa seguinte de uma missão de paz, cujo início foi uma viagem a Kiev três dias antes. O primeiro-ministro húngaro disse que pretende fazer várias reuniões inesperadas semelhantes em breve.
Posteriormente, Orbán viajou para Pequim, onde disse que a Hungria era contra o confronto com a China e a favor da cooperação desta com a UE. Depois viajou para Washington, para a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Na segunda-feira (15), o jornal Politico, citando dois diplomatas da UE, relatou que os Estados-membros do bloco estavam considerando medidas punitivas para a Hungria em meio ao descontentamento com as visitas de Orbán a Moscou e Pequim, e vários embaixadores dos países da UE sugeriram boicotar uma reunião informal de ministros das Relações Exteriores em Budapeste, capital húngara, no final de agosto.