"Estamos celebrando mais uma entrega de 32 aeronaves E175 para a American Airlines, em uma operação de R$ 4,5 bilhões do BNDES, financiando as exportações", disse.
Mercadante enfatizou o papel estratégico do BNDES no fortalecimento da indústria aeronáutica brasileira e abordou a contribuição dos profissionais do país para o sucesso da empresa: "Os engenheiros brasileiros construíram o que a Embraer é hoje", disse.
Durante seu discurso, Mercadante mencionou a tentativa frustrada de fusão entre a Embraer e a Boeing, criticando duramente a postura da empresa norte-americana. "Naquela operação, eu diria desastrosa, de tentar entregar a Embraer, foi uma coisa inaceitável. Felizmente isso não aconteceu", afirmou.
"Se o presidente [na época Jair Bolsonaro] não estivesse andando de jet ski, [se estivesse] olhando mais para o Brasil, para a produção, para a indústria, como faz o presidente Lula, isso nunca teria acontecido", cutucou.
Mercadante também expressou preocupação com a saída de engenheiros brasileiros para a Boeing, destacando a necessidade de manter talentos no Brasil. "Esses engenheiros foram formados com o dinheiro do povo brasileiro. O ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica] é uma instituição pública que vem do imposto que o povo pagou, um esforço de décadas e décadas."
Por fim, o dirigente chamou a atenção para a questão da concorrência internacional e a importância de uma resposta adequada das autoridades brasileiras.
"A Justiça brasileira precisa tomar uma posição sobre essa matéria, o Congresso também, porque convidar talentos de outros países faz parte do comércio internacional, mas ficar numa atitude predatória contra uma empresa brasileira é inaceitável", acrescentou.
Lula aponta falta de visão na tentativa de privatizar empresa
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a tentativa de venda, destacou a importância da Embraer para o Brasil e também a falta de visão na tentativa de privatização. "Eu fiquei imaginando, como é que pode um país que tem uma empresa da magnitude da Embraer, com engenharia formada e preparada aqui, achar que é só vender, que tudo vai melhorar. Até quando a sociedade brasileira vai acreditar nessas coisas?", questionou.
"O BNDES tem coragem de emprestar R$ 4 bilhões por mês para financiar avião. Isso é decisão política. Não é decisão econômica. E já vai decidir um político. E a decisão política foi tomada pelo governo", acrescentou.
O presidente criticou o período em que a empresa pública foi alvo de desconfiança e acusações infundadas.
"Durante o período passado, o BNDES serviu para devolver dinheiro para os cofres do tesouro nacional, para fazer as loucuras que fizeram. Esse país passou quatro anos dizendo que tinha que encontrar uma caixa-preta no BNDES. O que ele encontrou foi o banco mais equilibrado deste país", afirmou.
Lula também criticou as privatizações de empresas estratégicas brasileiras, como a Eletrobras, a qual chamou de "empresa extraordinária".