No início do dia, Lavrov se encontrou com seu homólogo malaio, bem como com o primeiro-ministro do país.
"Sim, nós discutimos isso. Nossa linha foi definida no discurso do presidente [Vladimir] Putin há um mês, quando ele esteve no Ministério das Relações Exteriores e se encontrou com a liderança do ministério", disse Lavrov.
O continente eurasiático é o mais promissor, é o continente de desenvolvimento mais rápido do mundo, lembrou o ministro.
"É claro que, além da necessidade de desenvolver a economia, de capitalizar essas vantagens comparativas, quando abordagens de confronto, incluindo a militarização desta região, estão sendo tentadas para serem levadas à Ásia-Pacífico, a parte oriental da Eurásia, é certamente muito importante analisar como garantir segurança de uma forma que minimize os riscos", acrescentou.
A possível implantação de armas nucleares dos EUA no Sudeste Asiático aumentará os riscos de segurança na região, observou Lavrov.
"Se essa experiência triste e bastante arriscada [a implantação de armas nucleares dos EUA em outros países] for levada ao Sudeste Asiático, acho que ninguém se beneficiará dela, os riscos aumentarão", disse ele.
Os norte-americanos compartilham há muito tempo suas armas nucleares com seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), lembrou ele.
"Eles [os EUA] chamam tudo isso de 'operações nucleares conjuntas', nas quais países sem armas nucleares têm a oportunidade de treinar seus soldados para usar armas nucleares", explicou Lavrov.
Os países do Sudeste Asiático veem a oportunidade da Rússia de agir como um fator estabilizador à luz das ações de certos atores externos, incluindo os Estados Unidos, na região, acrescentou o ministro das Relações Exteriores russo.
"Eles [os países do Sudeste Asiático] nos veem como, se me permite, um fator de equilíbrio e estabilização em termos de combater as ações excessivamente impetuosas de potências extrarregionais lideradas pelos EUA, que estão realmente empurrando sua infraestrutura militar, incluindo armas estratégicas, para cá", disse Lavrov.