Panorama internacional

Com alta histórica, como mídia ocidental errou tanto sobre o uso do ouro pelos bancos centrais?

No contexto da tendência de desdolarização, o acúmulo de ouro continua por parte dos bancos centrais globais, com o preço do metal alcançando novos recordes históricos.
Sputnik
O alarde da mídia ocidental sobre a perda de status do ouro como um porto seguro parece ter caído por terra. Há dois anos, várias manchetes apocalípticas da mídia tradicional promovia a narrativa de que os "dólares mais fortes" estavam corroendo o brilho de segurança da barra de ouro.
Basta lembrar da manchete, na seção de mercados e finanças do The Wall Street Journal, que publicou na edição impressa de 20 de setembro de 2022: "Ouro perde status de porto seguro."
Já nesta semana, o mesmo jornal está, sem constrangimento, anunciando que "os preços do ouro estão batendo novos recordes".
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O que está acontecendo com o preço do ouro?

O preço do ouro disparou para um novo recorde histórico em 16 de agosto, ultrapassando US$ 2.500 (R$ 13.699) por onça e superando o recorde anterior estabelecido em julho. Além disso, as reservas globais de ouro aumentaram em 228 toneladas no primeiro trimestre de 2024, quebrando o recorde anterior de 2013, segundo um relatório do Conselho Mundial do Ouro (WGC, na sigla em inglês).
Os bancos centrais globais dobraram suas compras de ouro para reservas no início de 2024. Em 2023, a compra do metal precioso ultrapassou 1.037 toneladas, de acordo com uma pesquisa do WGC publicada em junho, com China, Índia e Turquia liderando a compra de ouro. As reservas de ativos denominados em dólares dos bancos centrais atingiram um recorde histórico de baixa.
As reservas estrangeiras denominadas em dólares e em títulos do Tesouro dos EUA chegaram a 58,9% em 2024, comparadas a cerca de 70% duas décadas atrás, segundo um relatório de primavera citado pelo jornal financeiro japonês Nikkei.
Como parte da iniciativa de desdolarização, as discussões sobre um instrumento de pagamento do BRICS avançaram: 40% do valor da unidade BRICS será atrelado ao ouro (por peso), enquanto 60% será baseado em uma cesta de moedas do grupo. A unidade terá dois componentes de valor e, ao vincular um commodity ao valor, não será uma moeda fiduciária como o dólar.
No caso da Rússia, suas reservas de ouro tiveram uma média de 1.146,71 toneladas de 2000 a 2024, alcançando um recorde histórico de 2.335,85 toneladas no segundo trimestre de 2024, de acordo com o WGC.
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