Panorama internacional

Analista: visita de premiê chinês expõe fiasco da pressão ocidental para distanciar Rússia e China

O encontro entre o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, e o seu homólogo chinês, Li Qiang, mostra que as partes não cederam à pressão ocidental, disse o sinologista Sergei Lukonin. Além disso, reflete o elevado grau de confiança estratégica entre Moscou e Pequim, acrescentou o especialista em relações internacionais, Wang Yiwei.
Sputnik
As duas nações estão sob crescente pressão política e econômica do Ocidente, afirmou Lukonin à Sputnik.
Segundo o sinólogo da Academia Russa de Ciências, "a China é cada vez mais obrigada a renunciar a cooperação com a Rússia como condição para o desenvolvimento dos laços com a Europa", mas uma nova reunião entre os primeiros-ministros nesta quarta-feira (21) significa que as partes "não cederão à pressão do Ocidente", analisou o especialista.
A Rússia está discutindo com a China tarefas específicas para desenvolver a cooperação e projetos a serem realizados no âmbito das relações bilaterais e, "o mais importante, o processo de expansão da cooperação continua, apesar de tudo".

"Isso contribui para o processo de estabelecimento de um mundo policêntrico, que limita a hegemonia norte-americana. Os países do Sul Global são a espinha dorsal deste mundo. São eles que constituem uma nova base de cooperação equitativa, livre da hegemonia de um país sobre outro", aprofundou Lukonin.

Por sua vez, Wang disse à Sputnik que a Rússia é "o único país com o qual a China mantém uma relação de parceria abrangente e cooperação estratégica".
O presidente russo, Vladimir Putin, e o premiê chinês, Li Qiang, apertam as mãos durante encontro no Kremlin, em Moscou. Rússia, 21 de agosto de 2024
Na visão dele, esse tipo de cooperação não se manifesta apenas na forma de orientação diplomática estratégica por parte dos líderes dos dois Estados, mas também se reflete na "cooperação estratégica a nível governamental dos dois países".
"Portanto, o objetivo das reuniões anuais entre os primeiros-ministros da China e da Rússia é determinar a linha política dos respectivos governos para todo o ano, o que também manifesta o elevado grau de confiança estratégica entre ambos os países", explicou.

Sobre o reforço da parceria comercial e econômica entre as duas potências, o especialista destacou que Moscou é "extremamente rica em recursos naturais", enquanto Pequim "é conhecida como a 'fábrica do mundo'".

O analista chinês enfatizou que a hegemonia do dólar continua a enfraquecer "sob a influência do ambiente global instável".
Nesse contexto, China e Rússia, "apoiando-se no comércio tradicional", estão expandindo os pagamentos usando o par rublo-yuan e trabalhando para criar o seu próprio sistema de liquidação no âmbito do BRICS, incluindo um sistema de troca de pagamentos.
"Da mesma forma, influenciará a cooperação da China com outros países da Eurásia, bem como a cooperação de Pequim com outros membros do BRICS", resumiu.
As negociações entre Mikhail Mishustin e Li Qiang decorreram em Moscou no âmbito da 29ª reunião ordinária dos chefes de governo da Rússia e da China. Na reunião, os países assinaram um plano de cooperação em matéria de investimento.
O pacote de documentos finais assinados também inclui memorandos de entendimento sobre a cooperação na indústria química, no transporte transfronteiriço de mercadorias, no domínio da busca e salvamento marítimo e em políticas ambientais.
O presidente russo, Vladimir Putin, também se reuniu com Li Qiang no Kremlin. O primeiro-ministro chinês observou o crescimento constante da economia russa e enfatizou a disposição de Pequim em expandir a cooperação com Moscou.
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