A afirmação do chanceler húngaro Peter Szijjarto ocorreu um dia após a Comissão Europeia ter recusado um pedido de Budapeste e da Eslováquia para mediar as sanções entre elas e a Ucrânia. De acordo com a Reuters, Szijjarto não apresentou provas.
"O fato de a Comissão Europeia ter declarado que não estava disposta a ajudar a garantir o fornecimento de energia da Hungria e da Eslováquia sugere que a ordem foi enviada de Bruxelas a Kiev para causar desafios e problemas no fornecimento de energia da Hungria e da Eslováquia", disse o ministro, neste sábado.
A Hungria e a Eslováquia têm protestado desde que a Ucrânia colocou a produtora de petróleo russa Lukoil em uma lista de sanções em junho, impedindo que o petróleo da empresa passe pelo território ucraniano para refinarias eslovacas e húngaras.
No mês passado, Szijjarto fez comentários semelhantes quando acusou a Comissão Europeia de chantagem na disputa do petróleo e disse que talvez "Bruxelas, não Kiev, tenha inventado tudo". A comissão não respondeu diretamente a essa declaração na época, mas disse que estava coletando informações sobre a situação.
Na sexta-feira (23), um porta-voz do órgão europeu disse que não havia indícios de que as sanções da Ucrânia tivessem colocado em risco o fornecimento de energia europeu, já que o petróleo russo continuava a fluir pelo oleoduto Druzhba, que também conecta a Rússia à Eslováquia e à Hungria via Ucrânia.
Um funcionário do governo húngaro afirmou na quinta-feira (22) que a empresa petrolífera húngara MOL estava nos estágios finais das discussões para estabelecer um esquema para garantir o fluxo de petróleo bruto da Rússia.