"A falsa síndrome de Havana não se sustenta em estudos. Mas a mídia esquece de mencionar que foi um vil pretexto incluir Cuba na lista dos patrocinadores do terrorismo e reforçar o bloqueio genocida com mais de 240 medidas. Obra de [Donald] Trump que [Joe] Biden mantém", expressou o presidente cubano na sua conta na rede social X.
A fala de Díaz-Canel vem em resposta a uma reportagem da CNN publicada na sexta-feira (30). A mídia norte-americana afirmou que os Institutos Nacionais da Saúde (NIH, na sigla em inglês) cancelaram sua investigações sobre a "síndrome de Havana" devido a falta de ética dos participantes.
Uma investigação interna do instituto revelou que pessoas foram coagidas a participar da pesquisa.
É conhecida como "síndrome de Havana" uma doença misteriosa que acometeu uma série de espiões, soldados e diplomatas norte-americanos em diversas partes do mundo a partir de 2016. A doença foi batizada com este nome pois teria surgido na capital cubana.
Os sintomas seriam repentinos e debilitantes, sem origem conhecida, e incluem tonturas extremas e dores de cabeça, similares a um traumatismo craniano. Desde então, pelo menos 1.500 casos foram relatados entre funcionários dos EUA estacionados em 96 países, informaram autoridades no ano passado.
De acordo com a reportagem da CNN, algumas das pessoas que relataram já terem estado doentes afirmaram que a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) as obrigou a participar na investigação como pré-requisito para a obtenção de cuidados de saúde.
Apesar dos relatos de sintomas por funcionários federais, acrescenta o artigo, nenhum dos estudos encontrou nada definitivo que pudesse causar problemas de saúde.
O texto acrescenta que os investigadores do NIH examinaram os cérebros de pessoas que se diziam acometidas com a síndrome e não encontraram nenhuma evidência consistente de lesões cerebrais. Também não houve diferenças significativas entre esse grupo e um grupo de controle saudável.
Em um outro estudo, cientistas do NIH realizaram uma bateria de testes em 86 funcionários do governo dos EUA e seus familiares que relataram ter a síndrome de Havana, comparando seus resultados com 30 pessoas que tinham empregos semelhantes, mas não apresentavam sintomas. Na maioria dos indicativos clínicos de saúde os dois grupos eram iguais.
A reportagem destaca que durante muito tempo se especulou sobre um novo tipo de arma como causa desta doença. No entanto, a comunidade de inteligência dos EUA disse no ano passado que não poderia vincular nenhum caso a um adversário estrangeiro.